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Ciclone Idai deixa mais de 100 mortos no Zimbábue, diz escritório ONU

20/03/2019 09h22

Harare, 20 mar (EFE).- Mais de 100 pessoas morreram e centenas permanecem desaparecidas no Zimbábue por causa do ciclone tropical Idai, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), um número que seria muito maior segundo as estimativas do exército zimbabuano.

"Foram reportadas mais de 100 mortes, mais de 200 feridos e outros 200 desaparecidos", detalhou o OCHA em um relatório remetido à Agência Efe nesta quarta-feira, no qual acrescentou que os serviços de fornecimento de eletricidade e de telecomunicações permanecem interrompidos nas áreas atingidas.

Esses números foram apresentados um dia depois que as mortes causadas pelo ciclone chegaram a mais de 200 na vizinha Moçambique, segundo informou o presidente do país, Filipe Nyusi, que declarou uma "emergência nacional" por conta desse desastre, que devastou vilarejos e cidades.

Nyusi divulgou esse número e declarou a emergência após uma reunião extraordinária do governo realizada na cidade portuária de Beira (centro), que foi 90% devastada pelo ciclone, que tocou terra perto da cidade na última quinta-feira, e uma das maiores de Moçambique.

A ONG Save the Children disse ontem que temia pela vida de 100 mil pessoas devido à chegada do ciclone Idai a Moçambique, onde os rios estão transbordando e inundando grandes porções de terra.

No Zimbábue, o número de desaparecidos chegaria a mais de 500, segundo estimativas do general Joe Muzvidziwa, que lidera a missão de resgate do exército, em declarações aos veículos de imprensa locais.

O ministro de Governo Local do Zimbábue, July Moyo, disse ontem que cerca de 300 vítimas de seu país foram arrastadas pela correnteza até Moçambique, onde os aldeões os viram flutuando.

Idai também provocou 56 mortes no Malawi, onde a situação parece ter se acalmado, mas o número pode aumentar.

A diretora regional do Programa Mundial de Alimentos (PMA) para o sul da África, Lola Castro, disse ontem em entrevista telefônica à Efe que o ciclone é um "desastre sem precedentes" no sudeste do continente e que agora os esforços de sua organização estão concentrados em salvar vidas.

O alcance do ciclone, um dos mais importantes que já passaram pela região, chegou até países muito mais ao norte como o Quênia, onde o instituto meteorológico alertou que a seca em parte de seu território pode ser agravada por Idai. EFE