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Tribunal da ONU aumenta pena de ex-líder sérvio-bósnio para prisão perpétua

20/03/2019 14h26

Haia, 20 mar (EFE).- O Mecanismo para os Tribunais Criminais Internacionais (MICT, na sigla em inglês) elevou nesta quarta-feira a condenação do ex-líder sérvio-bósnio Radovan Karadzic à prisão perpétua por sua responsabilidade nos crimes cometidos na Guerra da Bósnia (1992-1995).

O juiz-presidente do tribunal de apelação do MICT, Vagn Prüsse Joensen, disse que a sentença em primeira instância, de 40 anos de prisão, "refletiu de forma inadequada a extraordinária gravidade da responsabilidade de Karadzic nos crimes".

Karadzic tinha sido condenado a 40 anos de prisão pelo Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII), mas tanto a acusação quanto seus advogados recorreram da sentença em primeira instância.

O ex-líder tinha solicitado a repetição de todo o processo por supostos "erros de Direito", mas os juízes do MICT rejeitaram todos os seus argumentos.

"Karadzic ofereceu uma interpretação alternativa dos fatos, mas errou na hora de provar erros da câmara de primeira instância", disse o juiz-presidente.

Os magistrados confirmaram a culpabilidade de Karadzic pelo genocídio de Srebrenica, cinco crimes de lesa-humanidade - perseguição, extermínio, assassinato, deportação e atos desumanos - e quatro crimes de guerra - assassinato, terror, ataques ilegais a civis e tomada de reféns.

A sentença considerou que a promotoria não foi capaz de provar uma acusação adicional de genocídio pelos assassinatos em alguns municípios da Bósnia-Herzegovina, mas avaliou que a sentença em primeira instância de 40 anos de prisão "não era razoável" devido à gravidade dos crimes.

O veredito foi recebido com alegria por familiares de vítimas, que horas antes da leitura da sentença colocaram fotografias de seus entes queridos diante do tribunal, enquanto Karadzic se mostrou imutável o tempo todo. EFE