Tusk condiciona adiamento do Brexit a aprovação de acordo no Reino Unido
Bruxelas, 20 mar (EFE).- O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, condicionou o adiamento das negociações sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) à aprovação pela Câmara dos Comuns do acordo que estabelece as regras do divórcio entre as partes.
"Tendo em vista as consultas que tive nos últimos dias, acredito que uma prorrogação curta (das negociações) será possível, mas estará condicionada a um voto positivo para o acordo de saída na Câmara dos Comuns", disse Tusk a jornalistas.
Tusk conversou mais cedo com a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May. Na entrevista concedida após a ligação, o presidente do Conselho Europeu destacou que a duração desse adiamento segue "em aberto", apesar de May ter pedido em carta que a nova data para o Brexit seja no dia 30 de junho deste ano.
"A proposta da primeira-ministra May, que tem seus aspectos positivos, gera uma série de dúvidas de natureza legal e política. Os líderes a discutirão amanhã", declarou Tusk, citando o início da cúpula com representantes dos países europeus em Bruxelas.
May requisitou a prorrogação nesta quarta-feira após o pedido de adiamento ter sido votado pela Câmara dos Comuns na semana passada.
Os líderes dos 27 países que seguirão como membros da UE devem aprovar o adiamento por unanimidade. A questão será na cúpula marcada para amanhã em Bruxelas, na Bélgica.
Segundo as regras da UE, todos os países-membros do bloco são obrigados a organizar a votação para o parlamento europeu em seus territórios.
Caso a prorrogação seja aprovada, o Reino Unido violaria a legislação, mas deixaria a UE antes de 2 de julho, data da posse dos deputados que serão eleitos no novo pleito para o Parlamento Europeu.
Na carta que May enviou hoje a Tusk, a primeira-ministra também pede a aprovação dos documentos firmados entre a Comissão Europeia e o governo do Reino Unido em Estrasburgo, que incluíam garantias adicionais sobre o mecanismo de salvaguarda para evitar a criação de uma fronteira entre as Irlandas após o Brexit.
"No que diz respeito à aprovação do acordo de Estrasburgo, acredito que é possível. Não creio em riscos, sobretudo se ajudar o processo de ratificação (do acordo de saída) no Reino Unido", disse Tusk.
O presidente do Conselho Europeu descartou a hipótese de convocar uma cúpula extraordinária do bloco na próxima semana para aprovar o adiamento da saída do Reino Unido da UE.
"Se os líderes aprovarem minhas recomendações e houver um voto positivo na Câmara dos Comuns na semana que vem, podemos formalizar a decisão sobre a extensão (do prazo), por escrito. No entanto, se houver tal necessidade, não hesitarei em convocar os membros do Conselho Europeu para uma nova reunião", disse Tusk. EFE
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