Presidente filipino anuncia fim definitivo de conversas de paz com comunistas
Manila, 21 mar (EFE).- O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, anunciou nesta quinta-feira o "fim definitivo" das negociações de paz com o proscrito Partido Comunista (PC) e seu braço armado, a guerrilha maoísta Novo Exército do Povo (NEP).
"Comunico oficialmente o fim definitivo e permanente de nossas conversas com o Partido Comunista," declarou Duterte em um ato oficial em Manila.
O presidente filipino indicou que, a partir de agora, não haverá lugar para "nenhuma intervenção ou persuasão" dos comunistas "no Estado Democrático da República das Filipinas" e colocou um ponto final nas especulações sobre o possível reatamento do processo de paz.
"Talvez vocês possam falar com o próximo presidente da República", disse Duterte ao se dirigir aos comunistas.
A alternativa que o governo propõe agora consiste em organizar pequenos grupos para iniciar conversas com os insurgentes comunistas locais, uma opção que a cúpula do PC - que vive exilada na Holanda há três décadas - sempre rejeitou.
Com sua chegada ao poder em 2016, Duterte retomou as negociações de paz estagnadas com os comunistas em Oslo (Noruega), um processo que sofreu vários altos e baixos até encalhar em junho do ano passado, quando o presidente filipino decidiu "interromper temporariamente" os encontros para revisar todos os acordos assinados pelas administrações anteriores.
A decisão incomodou os comunistas, liderados por José Maria Sison, que anunciaram poucos dias depois que renunciavam ao processo de paz enquanto Duterte fosse presidente, até 2022.
Desde então, o governo recrudesceu a ofensiva militar contra os rebeldes comunistas, que têm presença em várias regiões das Filipinas, mas sem fechar totalmente as portas para retomar as conversas.
Nesta semana, o presidente ordenou o desmantelamento da equipe de seu governo que se encarregava das conversas, o que deixou claro que as possibilidades de voltar à mesa de negociação eram praticamente nulas.
Além disso, Duterte ordenou às forças armadas "neutralizar" em 2019 os rebeldes do NEP - a guerrilha comunista mais antiga da Ásia - e iniciou o processo legal para declará-la um grupo terrorista, junto com seu braço político.
O NEP, que celebrará seu 50º aniversário em 29 de março, já é classificado como grupo terrorista por Estados Unidos e União Europeia (UE), e conta com cerca de 6 mil combatentes regulares em um conflito que já deixou mais de 40 mil mortos em cinco décadas. EFE
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