Topo

Terceiro piloto atuou em voo prévio ao acidente aéreo na Indonésia

21/03/2019 12h12

Jacarta, 21 mar (EFE).- A organização que investiga o acidente com o avião Boeing 737 MAX 8 ocorrido em outubro do ano passado na Indonésia declarou nesta quinta-feira que houve atuação de um terceiro piloto no penúltimo voo da aeronave que caiu, quando sofreu problemas parecidos com os constatados no dia do acidente.

O diretor do Comitê Nacional de Segurança no Transporte (KNKT), Soerjanto Tjahjono, confirmou em entrevista coletiva a existência de um terceiro piloto que operou a aeronave em um voo anterior.

A atuação deste piloto, que estava qualificado para pilotar o Boeing 737 Max 8 e que retornava para Jacarta fora de serviço, foi determinante na hora de conseguir resolver os problemas da aeronave, segundo antecipou a agência Bloomberg na quarta-feira.

Soerjanto indicou que a participação deste piloto durante o voo JT 043 Denpasar-Jacarta não tinha sido revelada antes devido a restrições previstas na legislação indonésia.

Durante o voo JT 043, os pilotos conseguiram corrigir a ativação errada de um sistema automático (MCAS) dos 737 MAX 8 que, sob determinadas circunstâncias, inclina para baixo o nariz do avião para evitar que ele perca velocidade para se manter no ar.

No voo seguinte, complicações parecidas fizeram o avião cair com 189 ocupantes a bordo.

A Boeing afirmou em novembro que a atuação dos pilotos durante o penúltimo voo foi baseada em seu manual de operações, enquanto o comitê indonésio afirmou que contém informações fundamentais para resolver o mesmo problema no futuro.

A entrevista coletiva aconteceu devido ao vazamento e seguida divulgação de informações sobre o voo anterior ao do acidente, e a conversa durante o voo acidentado gravada por uma das caixas-pretas do avião.

A autoridade indonésia afirmou que alguns dos detalhes publicados pela imprensa, sem especificar quais, não refletem com exatidão o conteúdo da caixa-preta.

O investigador da KNKT Nurcahyo Utomo contou que os pilotos não demonstravam pânico até poucos segundos antes de cair, mas se negou a se pronunciar sobre se revisaram o manual de voo, como afirmaram os meios de imprensa ontem.

As semelhanças entre o acidente na Indonésia e o recente acidente na Etiópia com o mesmo modelo de avião no dia 10 de março dispararam a atenção sobre o MCAS, o trabalho da Boeing na hora de notificar sobre os riscos e o processo de certidão dos 737 Max.

Os investigadores devem divulgar um relatório final sobre o acidente na Indonésia em agosto ou setembro deste ano. EFE