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Ataque com carros-bombas na Somália deixa 11 mortos, inclusive vice-ministro

23/03/2019 14h28

(Atualiza o número de mortos)

Mogadíscio, 23 mar (EFE).- Explosões causadas por dois carros-bombas neste sábado mataram 11 pessoas, entre elas um vice-ministro, no centro de Mogadíscio, onde combatentes do grupo jihadista somali Al Shabab invadiram o Ministério do Trabalho e Obras Públicas, segundo disseram à Agência Efe fontes do governo que estão dentro do edifício.

O primeiro carro-bomba explodiu nesta manhã no chamado quilômetro zero, onde está localizada a sede dos serviços de inteligência do país e o Ministério do Trabalho e Obras Públicas.

Cinco combatentes do Al Shabab entraram no Ministério pela porta dos fundos, abriram fogo contra os funcionários e trocaram tiros com as forças de segurança. O tiroteio durou horas, segundo relatos de testemunhas. Poucos minutos depois, outro veículo explodiu na porta da delegacia de Banaadir, de acordo com o jornal "Garowe".

Um assessor do Ministério, Abdiweli Mohammed Ibrahim, informou à Efe que sete pessoas morreram dentro do edifício, entre elas o vice-ministro do Trabalho, Saqar Ibrahum Abdalla, e 17 ficaram feridas. As outras mortes foram causadas pelas explosões.

O presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Farmajo, e o primeiro-ministro, Hassan Ali Khaire, enviaram condolências pelas mortes do vice-ministro e das demais vítimas.

Os serviços de emergência Amiin, os únicos gratuitos que funcionam na capital da Somália, resgataram 11 pessoas do local, de acordo com a imprensa.

Mogadíscio é palco de frequentes ataques do grupo jihadista Al Shabab, filiado à Al Qaeda, que controla parte do território no centro e no sul do país.

O Al Shabab visa instaurar na Somália um Estado islâmico wahhabista. O pior atentado do grupo terrorista foi realizado em Mogadíscio em outubro de 2017 com caminhões-bomba que deixaram mais de 500 mortos.

A Somália vive em um estado de guerra e caos desde 1991, quando foi derrubado o ditador Mohammed Siad Barre, o que deixou o país sem governo efetivo e nas mãos de milícias islamitas e senhores da guerra. EFE