Manifestação em Londres reúne milhares a favor de novo referendo do Brexit
Londres, 23 mar (EFE).- Centenas de milhares de pessoas lotaram as ruas de Londres neste sábado para exigirem a realização de um segundo referendo do Brexit em manifestação convocada pelo grupo People's Vote.
De acordo com os organizadores do protesto, que teve como lema a frase "Coloque nas mãos do povo" (em referência à decisão sobre o Brexit), o ato contou com mais de um milhão de pessoas no centro da capital britânica.
A manifestação começou no início da tarde e percorreu a cidade durante aproximadamente duas horas até chegar em frente ao Parlamento britânico, onde na próxima semana os deputados deverão se pronunciar pela terceira vez sobre o acordo do Brexit da primeira-ministra, Theresa May.
A coordenadora da campanha "Our Future, Our Choice" ("Nosso futuro, nossa escolha" em inglês), que luta pela realização de um segundo referendo, Teo Benea, compareceu à passeata com um cartaz escrito "Os trabalhadores europeus sustentam a economia... de verdade, querem que a gente saia?".
A jovem romena disse à Efe que nunca presenciou uma situação política similar ao longo dos dez anos em que vive no Reino Unido.
"Eu me sinto otimista porque acredito que as pessoas estão percebendo as consequências que o Brexit pode ter, mas ao mesmo tempo me sinto desmoralizada porque nos últimos três anos o governo não foi capaz de solucionar isso", afirmou.
De acordo com Benea, analista política de profissão, a gestão do Brexit fez com que o Reino Unido tenha perdido parte da sua reputação internacional.
"Acredito que muitos países estão pensando: 'por que o Reino Unido está fazendo isto com si mesmo?'", acrescentou.
O escocês Chris Murray, que chegou a Londres em um dos ônibus que partiram de Edimburgo na noite de sexta-feira, concordou que o cenário político possibilitou até tal ponto a opção de uma saída abrupta que a sua opinião mudou com relação à necessidade de voltar às urnas.
"A esta altura, no ano passado eu não apoiava um segundo referendo, mas com um Brexit sem acordo as consequências seriam terríveis", frisou.
Vários políticos participaram do protesto, entre eles o "número dois" do Partido Trabalhista, Tom Watson; a líder do SNP escocês e primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon; o ex-vice-primeiro-ministro tory Michael Heseltine; e o prefeito de Londres, o trabalhista Sadiq Khan.
Em paralelo a esta convocação, mais de quatro milhões de pessoas assinaram uma pedido online para que o governo cancele o Brexit. Nunca um pedido reuniu tantas assinaturas na história. A solicitação agora está pendente de uma resposta.
O Conselho Europeu advertiu o Reino Unido que só concederá uma prorrogação curta, até 22 de maio, caso Westminster aprove o pacto até 29 de março.
Se esse plano fracassar, o país deverá decidir antes de 12 de abril se abandonará o bloco sem acordo, se convocará um novo referendo ou se solicitará uma prorrogação mais longa que obrigaria o Reino Unido a participar das eleições ao Parlamento Europeu, que serão realizadas de 23 a 26 de maio. EFE
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