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Chile diz que crise venezuelana foi tema "muito marginal" em cúpula do Prosul

25/03/2019 14h59

Santiago (Chile), 25 mar (EFE).- A crise na Venezuela foi um tema de debate "muito marginal" na cúpula de presidentes e autoridades de 11 países da América do Sul que se reuniram na sexta-feira em Santiago, no Chile, para dar início ao Prosul, disse nesta segunda-feira o chanceler do país anfitrião, Roberto Ampuero.

"O tema da Venezuela foi muito marginal (...) não esteve presente e também não foi um tema. O tema central foram coisas concretas, integração concreta que favoreça a população de nossos países", disse o ministro de Relações Exteriores do Chile em entrevista coletiva.

Ampuero lembrou que o governo de Nicolás Maduro não foi convidado à reunião porque a Venezuela não cumpria com os requisitos de ser "um país democrático onde existe o Estado de Direito, respeito aos direitos humanos e uma democracia funcional".

O líder opositor Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países, foi convidado à cúpula, mas não compareceu por motivos de agenda.

O Fórum para o Progresso da América do Sul (Prosul) foi criado na sexta-feira com a assinatura dos presidentes de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai e Peru, mais o embaixador da Guiana no Chile.

Autoridades de Bolívia, Uruguai e Suriname participaram da cúpula em qualidade de observadores e não assinaram a declaração final que selou a criação do Prosul.

O chanceler chileno reiterou nesta segunda-feira que o novo fórum de integração sul-americano "não é uma instância de exclusão ideológica" e busca cooperação concreta e pragmática em áreas como infraestrutura, energia, saúde e luta contra o tráfico de drogas, entre outras.

Ampuero afirmou que o surgimento do Prosul rompeu "cinco anos de paralisia" no diálogo e na integração na América do Sul e considerou que a cúpula foi um "sucesso" de organização e resultados.

O ministro das Relações Exteriores do Chile também se defendeu das críticas de alguns ex-titulares de sua pasta, que consideraram que o governo chileno agiu precipitadamente ao organizar o encontro.

"Quando se diz que se trabalha de forma improvisada, estão acusando não somente o governo do presidente (Sebastián) Piñera, mas o restante dos presidentes e países da América do Sul", afirmou Ampuero. EFE