Advogados de 'El Chapo' pedem repetição de julgamento e processo "justo"
Nova York, 26 mar (EFE).- A defesa do narcotraficante mexicano Joaquin Guzmán, conhecido como 'El Chapo', pediu nesta terça-feira a repetição do julgamento do líder do cartel de Sinaloa para garantir um processo "justo", alegando que membros do júri podem ter descumprido as regras impostas pelo juiz do caso.
"Se o sistema judiciário é medido pela forma como trata os mais vilipendiados e impopulares, então o nosso pode ter falhado com Joaquin Guzmán ao negá-lo um julgamento justo em um júri sem manchas ao qual ele tem direito constitucionalmente", afirmou a defesa em nota divulgada pelo advogado Eduardo Balarezo.
No último dia 12, 'El Chapo' foi declarado culpado de dez crimes de tráfico de drogas por um júri que deliberou durante seis dias após um processo que durou quase quatro meses.
O magistrado lembrou aos membros do júri que não poderiam se informar sobre o caso através da imprensa ou das redes sociais para não haver contaminação na hora de chegarem ao veredicto, mas de acordo com uma entrevista dada sob anonimato por um jurado ao portal "Vice", essa determinação não foi acatada por todos.
Os advogados do mexicano se atêm ao fato de que o júri mentiu para o juiz Brian Cogan.
"Por isso que qualquer coisa que não seja uma rigorosa apuração poderia criar uma aparência inquietante de inequidade", alega a defesa.
O texto de argumento, de 25 páginas, repercute a entrevista feita após o processo pelo jornalista Keegan Hamilton para o portal "Vice". Nela, um membro do júri que não se identifica garante que pelo menos cinco membros do júri burlaram as regras de forma sistemática e acompanharam o caso pela imprensa durante o julgamento.
A maior violação, de acordo com a entrevista, teria sido quando, no fim de semana anterior ao início das deliberações, foram divulgados documentos judiciais que não tinham sido anexados ao processo e que diziam que 'El Chapo' pagou para fazer sexo com menores de idade. Deste modo, a equipe de defesa questiona se, "dadas as circunstâncias, o júri esteve exposto a uma enxurrada de informações alheias ao julgamento e possivelmente prejudiciais, incluindo as inadmissíveis alegações de que o acusado drogou e estuprou uma menor de 13 anos".
A defesa do chefe do Cartel de Sinaloa tinha pedido em fevereiro uma extensão extra de um mês do prazo de 14 dias desde o veredicto para solicitar um novo julgamento, devido à nova informação que divulgada e que, na opinião deles, poderia ter afetado o cliente. A leitura da sentença de El Chapo está prevista para 25 de junho. EFE
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