EUA querem que China e petrolíferas cortem laços econômicos com Maduro
Washington, 29 mar (EFE).- O enviado especial dos Estados Unidos para a Venezuela, Elliott Abrams, disse nesta sexta-feira à Agência Efe que o governo americano pediu à China e a empresas petrolíferas de todo o mundo para que cortem os laços econômicos com o regime do presidente do país sul-americano, Nicolás Maduro, que já é alvo de várias sanções.
Abrams afirmou que se reuniu com o embaixador chinês nos EUA, Cui Tiankai, e que o embaixador americano na China, Terry Branstad, também teve vários encontros com representantes do país asiático sobre a relação econômica entre Pequim e Caracas.
"Tivemos conversas com a China sobre suas relações econômicas e financeiras com a Venezuela. E a mensagem principal foi muito simples: vocês têm investimentos, comércio e empréstimos que nunca vão recuperar. Este regime está destruindo a economia da Venezuela", declarou Abrams.
A China é o principal credor de Maduro. Na última década, o país asiático emprestou quase US$ 62 bilhões, dos quais US$ 20 bilhões ainda estão pendentes de pagamento, segundo uma base de dados da Universidade de Boston e do 'think-tank' Diálogo Interamericano.
O governo Maduro paga com petróleo parte dessa dívida com a China, país que no ano passado foi o terceiro maior comprador de petróleo de Caracas, atrás de EUA e Índia, com aproximadamente 332 mil barris por dia.
Segundo Abrams, os EUA avaliam diversos "meios diplomáticos" para evitar que Maduro continue "roubando" os venezuelanos e aconselharam empresas petrolíferas de todo o mundo a cortarem relações com o presidente do país sul-americano, porque podem ser aplicadas "mais sanções" por parte do governo americano.
"Dissemos às pessoas envolvidas na indústria do petróleo, em alguns casos transportadoras e seguradoras, em outros casos governos, e também a empresas petrolíferas, que há muitas sanções agora na Venezuela, e que haverá mais, portanto é preciso atenção", frisou Abrams.
"Em alguns casos, estão violando as sanções, em outros, elas ainda não foram impostas, mas estão muito perto. Pedimos que não se envolvam nesta rede, prestem atenção no que fazem. E, certamente, pedimos que deixem de comprar o petróleo que pertence ao povo venezuelano e que o regime (de Maduro) está desperdiçando", acrescentou o diplomata.
Os EUA eram o principal comprador de petróleo da Venezuela, mas impuseram sanções à companhia estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) em janeiro, de forma que o governo Maduro deixou de receber essas receitas, que tinham se transformado em uma das principais fontes de divisas para os cofres do país.
A decisão americana foi tomada depois que o líder opositor Juan Guaidó se autoproclamou presidente interino da Venezuela em 23 de janeiro, por considerar ilegítima a reeleição de Maduro em maio de 2018 em um pleito que não foi reconhecido pela oposição e por parte da comunidade internacional. Guaidó é o presidente da Assembleia Nacional, o parlamento venezuelano. EFE
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