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Jornalistas brancos são proibidos de entrar em evento de campanha nos EUA

29/03/2019 15h37

Washington, 29 mar (EFE).- A organização de um evento de campanha pela prefeitura de Savannah, no estado americano da Geórgia, decidiu aceitar apenas a entrada de jornalistas negros e negou o acesso a vários brancos, informaram nesta sexta-feira veículos da imprensa local.

"Sem veículos de imprensa (TV, rádio, etc.). Só imprensa negra!", dizia um cartaz na entrada do evento, realizado na quarta-feira, segundo uma fotografia publicada por "The Savannah Morning News".

O jornal detalhou que vários jornalistas brancos tiveram a entrada negada, enquanto profissionais negros de duas redes de televisão e um editor negro puderam ter acesso ao evento.

O ato, organizado por um reverendo local, Clarence Teddy Williams, reuniu dois candidatos negros para a prefeitura da cidade, que tem 150 mil habitantes.

Os repórteres que entraram foram proibidos de fazer fotos, vídeos ou gravações de áudio, explicou ao jornal local um jornalista negro que assistiu ao avento.

Até o momento, três candidatos negros devem concorrer nas eleições para a prefeitura de Savannah, que serão disputadas em novembro deste ano.

Os três tentarão vencer o atual prefeito, o republicano Eddie Deloach, que buscará a reeleição depois de se tornar em 2015 o primeiro prefeito branco dessa cidade nos últimos 20 anos.

Os participantes da reunião receberam um folheto com informações sobre a composição étnica da população de Savannah, assim como sobre a abstenção nas eleições de 2015.

Também foi distribuído um editorial do jornal "Savannah Herald", intitulado "United We Win, Divided We Lose" ("Unidos vencemos, separados perdemos"), escrito pelo ex-prefeito da cidade, Otis Johnson.

No artigo, Johnson pediu à população negra que se organize para aumentar a sua influência sobre o que acontece na comunidade, começando pela prefeitura e pelos vereadores.

De acordo com a organização Datausa, 53,7% da população de Savannah é negra, enquanto 36,7% é branca, 5,16% hispânica, 2,17% asiática e 1,84% tem outras origens étnicas.

Segundo o grupo Southern Poverty Law Center, o número de grupos radicais nos Estados Unidos bateu recorde em 2018 ao chegar a 1.020, "incentivados" pelo discurso do presidente, Donald Trump. EFE