Colômbia afirma estar surpresa com declarações de Trump sobre narcotráfico
(Atualiza com declarações do chanceler colombiano).
Bogotá, 29 mar (EFE).- O governo da Colômbia se declarou surpreendido pelas declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta sexta-feira, nas quais criticou seu homólogo colombiano, Iván Duque, por não deter o tráfico de drogas rumo ao seu país.
"O presidente Donald Trump, na reunião que teve com o presidente Duque, afirmou que o que via era colaboração por parte do governo colombiano e ontem, em um relatório entregue pelo Departamento de Estado, assim o reconhece. Por isso, me surpreende essa declaração", afirmou a jornalistas o ministro de Defesa da Colômbia, Guillermo Botero.
Trump se referiu nesta sexta-feira à Colômbia e ao seu presidente, Iván Duque, a quem qualificou como "realmente um bom sujeito", embora em seguida tenha comentado que "estão chegando mais drogas" aos Estados Unidos desde que ele assumiu a presidência, em 7 de agosto do ano passado.
"Não fez nada por nós", lamentou o presidente americano, sem dar mais detalhes, depois de visitar o lugar onde integrantes do Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos estão reparando um velho dique no lago Okeechobee, no centro da Flórida.
Segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), os cultivos de coca na Colômbia cresceram 17% em 2017, até alcançar um recorde de 171.000 hectares, 25.000 a mais que em 2016.
Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Carlos Holmes Trujillo, afirmou em um vídeo divulgado pelo seu gabinete que desde o início do governo de Duque "os esforços foram intensificados" para conter o crescimento de cultivos ilícitos e fez um pedido para outros países que lutem juntos contra esse flagelo.
"A cooperação internacional foi e é fundamental para enfrentar com eficácia o problema mundial das drogas ilícitas. A Colômbia reitera a importância e vigência do princípio da responsabilidade comum e compartilhada", afirmou.
Além disso, Trujillo disse que o país espera "o compromisso determinado de todos os Estados" afetados pelas drogas, ao mesmo tempo em que agradece o apoio recebido pelos "parceiros e aliados" da Colômbia.
Da mesma forma, o chanceler explicou que entre agosto de 2018 e fevereiro, os grupos de erradicação móvel passaram de 23 para 100 e, no mesmo período, 2.923 laboratórios para processar cocaína foram destruídos.
No último mês de fevereiro, Trump recebeu Duque em Washington e insinuou que a Colômbia estava atrasada na erradicação de cultivos de coca.
"Estamos trabalhando juntos para que a Colômbia erradique algo do que estão cultivando na Colômbia. Neste momento, eu não diria que estão (cumprindo) antes do programado, mas espero que o façam em algum momento no futuro próximo", disse Trump ao receber Duque no Salão Oval.
O presidente colombiano pediu então para falar sobre o assunto e garantiu que "nos primeiros quatro meses" do seu mandato foram erradicados "60.000 hectares, muitas mais dos que foi destruído nos seis meses anteriores".
Ao término dessa reunião Duque assegurou à imprensa que ele e Trump compartilham uma "visão clara" sobre a estratégia para combater o tráfico de drogas.
Trump ameaçou em setembro de 2017 eliminar a certidão à Colômbia na luta antidrogas, ou seja, incluir o país em uma lista negra onde figuram as nações que descumprem seus compromissos internacionais contra o narcotráfico. EFE
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