Cidade birmanesa de Yangun realiza eleições municipais históricas
Yangun (Mianmar), 31 mar (EFE).- Yangun, a antiga capital e cidade mais populosa de Mianmar, realiza neste domingo eleições municipais nas quais os governantes da localidade de mais de cinco milhões de habitantes serão eleitos por sufrágio universal pela primeira vez na sua história.
Os residentes maiores de idade e nacionalidade birmanesa que possam provar que estão há mais de um ano vivendo na cidade, cerca de 3,4 milhões de pessoas, poderão votar nos cargos executivos do Comitê de Desenvolvimento da Cidade de Yangun (YCDC, na sigla em inglês) e nos membros de 33 comités municipais da cidade.
Yangun foi a capital da Mianmar até 2005, quando a capitalidade do Estado passou à recentemente construída Naypyidaw, e realizou suas primeiras eleições desde 1958 há cinco anos, mas naquela ocasião só podia votar um membro de cada família e os requisitos de residência eram mais estritos, o que reduziu em 2014 o número de eleitores a 400.000 pessoas, das quais apenas 25% exerceu seu direito.
As ruas de Yangun mostravam na pré-campanha cartazes eleitorais dos candidatos, tanto da Liga Nacional para a Democracia (LND) de Aung San Suu Kyi, atualmente no governo do país, como do Partido da Solidariedade e do Desenvolvimento da União (USDP, sigla em inglês), a legenda dos militares, além dos independentes.
Após cinco décadas de ditadura em que diferentes regimes militares governaram Mianmar com punho de ferro, em 2011 os uniformizados lançaram um processo de transição que eles mesmos tinham batizado como uma "democracia disciplinada" e que culminou na vitória da LND nas eleições de 2015.
A LND governou o país desde então, com a carismática vencedora do prêmio Nobel da Paz Suu Kyi à frente, mas o exército segue mantendo um poder considerável, já que controla três ministérios e tem reservadas 25% das cadeiras do parlamento.
O governo de Suu Kyi foi criticado internacionalmente por apoiar a limpeza étnica da minoria rohingyá cometida há dois anos no estado de Arakan e no próprio país por sua falta de iniciativa na política econômica, razão pela qual estas eleições municipais servirão como termômetro do apoio popular à LND, pelo menos na principal cidade do país. EFE
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