Colégios eleitorais abrem para acirrada disputa pela presidência da Ucrânia
Kiev, 31 mar (EFE).- Os colégios eleitorais da Ucrânia abriram neste domingo para as eleições presidenciais, que já foram qualificadas como as mais imprevisíveis da história democrática do país.
Mais de 34 milhões de cidadãos estão aptos a votar em cerca de 30.000 mesas eleitorais, que foram abertas às 8h (horário local, 2h de Brasília) e fecharão às 20h (14h).
Os ucranianos têm diante de si um número recorde de candidatos - 39 no total - e chegam às urnas divididos após uma campanha eleitoral muito disputada e infestada de acusações cruzadas.
Nesse cenário, os eleitores devem escolher entre a velha ordem e as novas caras da política ucraniana.
Um candidato surpresa alheio à política, o comediante Volodymyr Zelensky, parte como líder nas pesquisas e tem pela frente dois veteranos; o atual presidente, Petro Poroshenko, e pela ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko.
A apuração dos votos começará ainda neste domingo, às 23h (17h) e a essa hora já serão divulgadas as porcentagens de participação. Já os primeiros resultados oficiais devem ser publicados pela comissão eleitoral ucraniana na madrugada da segunda-feira.
A curiosidade das eleições desse ano é que os partidos políticos de Poroshenko e Zelenski farão contagens paralelas em uma tentativa de transmitir uma imagem de transparência.
Em um país no qual a corrupção é uma das suas principais marcas, a campanha eleitoral foi encerrada com acusações de fraude contra os principais candidatos à presidência.
Enquanto o atual presidente foi acusado de manipular o censo eleitoral e de subornar os eleitores, Timoshenko foi assinalada por supostamente utilizar paraísos fiscais para pagar grupos de lobby nos Estados Unidos.
Por sua parte, Zelensky também não está livre de suspeitas e se viu obrigado a reconhecer que a sua produtora de televisão tinha interesses em empresas russas logo no início da campanha.
Além disso, a polícia ucraniana registrou quase 5.000 denúncias por compra de votos, ameaças e abusos administrativos durante a campanha.
Segundo as pesquisas mais recentes do grupo Rating, Zelensky lidera com clareza a corrida presidencial com intenções de voto do 26%, enquanto Timoshenko e Poroshenko lutam pelo segundo posto, praticamente empatados com 17%.
Além disso, as pesquisas apontam que 15%% dos eleitores permanecem indecisos.
As eleições ucranianas são disputadas em um sistema de dois turnos, por isso, se um candidato não obtiver mais de 50% dos votos no primeiro, haverá um segundo turno no dia 21 de abril.
Tudo parece indicar que a disputa das urnas deste domingo será só um primeiro assalto, já que é improvável que algum candidato obtenha a maioria necessária.
Mais de 2.300 observadores internacionais de 17 países supervisionarão o desenvolvimento das eleições presidenciais ucranianas.
A Rússia não faz parte dos trabalhos de observação, dado que a Ucrânia proibiu essa possibilidade por lei nas suas eleições presidenciais. O parlamento local fez isso ao considerar a Rússia como um Estado "agressor" e "ocupante".
Segundo a comissão eleitoral, cerca de 12% dos eleitores não poderá exercer seu direito a voto nas zonas de conflito entre o governo de Kiev e os separatistas pró-Rússia, que controlam amplos territórios ao leste do país. EFE
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