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França prepara redução de carga tributária em resposta a "coletes amarelos"

08/04/2019 10h09

Paris, 8 abr (EFE).- O governo da França prepara uma redução importante de impostos como principal medida de resposta aos protestos protagonizados pelos "coletes amarelos" desde novembro, anunciou nesta segunda-feira o primeiro-ministro, Édouard Philippe.

O presidente Emmanuel Macron revelará as medidas concretas em meados deste mês, mas o chefe de governo delineou as principais linhas que surgem do "grande debate nacional", lançado como uma resposta ao descontentamento popular e que durou três meses.

Nesse período, foram recebidas 2 milhões de propostas através da internet e foram organizados 10 mil debates locais nos quais participaram meio milhão de pessoas, segundo o governo.

No total, de uma forma ou de outra, 1,5 milhão de pessoas participaram do grande "debate", lançado por Macron no auge dos protestos dos "coletes amarelos", que nas últimas semanas se tornaram mais moderados.

O coletivo, que é bastante heterogêneo, não participou da iniciativa governamental e seus porta-vozes garantiram que não a consideram legítima.

Philippe agradeceu aos franceses que enriqueceram o debate do qual, segundo ele, surgem quatro grandes linhas: uma profunda reforma tributária, uma maior proximidade institucional, um aumento da representatividade democrática e a adoção urgente de medidas contra a mudança climática.

O chefe de governo analisou as contribuições dos franceses para chegar a essas conclusões, garantiu que serão adotadas "mudanças radicais" e lembrou que Macron será o responsável por anunciar as medidas concretas em poucos dias.

Precisamente, o primeiro-ministro afirmou que os impostos serão reduzidos porque o descontentamento da população mostra que ela "já não tolera mais" aumento de impostos.

A oposição criticou o momento dos anúncios, em plena pré-campanha para as eleições europeias, nas quais o partido de Macron é apontado como favorito de acordo com as pesquisas, mas com uma leve vantagem diante da extrema-direita, que ganhou o pleito há cinco anos com um quarto dos votos. EFE