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Pesquisadores criam em impressora 3D coração que pulsa com tecido humano

15/04/2019 10h37

Jerusalém, 15 abr (EFE).- Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv produziram em uma impressora 3D um coração vivo que pulsa utilizando tecido humano, um avanço que abre as portas para os transplantes do futuro, publicou nesta segunda-feira a revista internacional "Advanced Science".

"É a primeira vez que um coração é feito em uma impressora 3D com tecido humano de um paciente", explicou à Agência Efe o diretor da pesquisa, o professor Tal Dvir.

O coração "está completo, vivo e palpita" e foi feito com "células e biomateriais que vêm do próprio paciente. Fizemos uma pequena biópsia do tecido adiposo do paciente, tiramos todas as células e as separamos do colágeno e de outros biomateriais, reprogramando-as para que se tornem células-tronco e depois as diferenciamos para que sejam células cardíacas e células de vasos sanguíneos", acrescenta o especialista.

Depois, os biomateriais são processados para que sejam "transformados em biotinta, que permitirá a impressão com as células".

O produto resultante, um coração de aproximadamente três centímetros, equivalente ao tamanho do de um rato ou de um coelho, "ainda é muito básico", afirma o professor, para quem "o próximo passo é amadurecer este coração de modo que possa bombear".

Por enquanto, "as células podem se contrair, mas o coração completo não bombeia. Precisamos desenvolvê-lo mais para conseguir um órgão que possa ser transplantado a um ser humano", considera Dvir.

"O próximo desafio é amadurecer estas células e ajudá-las para que se comuniquem entre elas, de modo que se contraiam juntas. É preciso ensinar as células a se comportarem adequadamente. E depois teremos outro desafio, conseguir desenvolver um coração maior, com mais células. Temos que descobrir como criar células suficientes para produzir um coração humano", explicou o pesquisador.

Dvir tem a esperança de que "em dez ou 15 anos tenhamos impressoras 3D em hospitais, que forneçam tecido para os pacientes. Talvez, corações".

O estudo "pavimenta o caminho para a medicina do futuro, na qual os pacientes não terão que esperar um transplante ou tomar medicação para evitar sua rejeição. Os órgãos serão impressos, totalmente personalizados para cada paciente", afirma a universidade. EFE