Parlamento da Alemanha multa partido de extrema direita por doações ilegais

Berlim, 16 abr (EFE).- O Parlamento da Alemanha (Bundestag) decidiu nesta terça-feira aplicar uma multa de 402,9 mil euros ao partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) por ter recebido doações ilegais durante a campanha eleitoral.

As investigações sobre a AfD, terceiro principal partido do Bundestag e líder da oposição parlamentar, estão em andamento há alguns meses após os primeiros indícios de recebimento ilegal de doações terem sido revelados, o que viola a lei de financiamento.

A direção da AfD reconheceu que o dinheiro não tinha sido registrado como deveria na contabilidade do partido, mas disse que o problema ocorreu devido a um "erro humano".

O dinheiro que motivou a multa saiu de uma agência de publicidade da Suíça - a Goal AG - para as contas do líder da AfD, Jörg Meuthen, e de Guido Reil, também integrante do partido. Casos similares revelados nos últimos meses abalaram a credibilidade de Meuthen e da líder da AfD no Bundestag, Alice Weidel.

A AfD anunciou que recorrerá da decisão. Weidel e Meuthen disseram que a medida é uma tentativa de prejudicar a imagem do partido nas eleições para a Eurocâmara em 26 de maio.

O Bundestag aprovou em 2002 uma reforma do financiamento dos partidos após um escândalo nas principais legendas do país. As novas regras determinam que qualquer doação acima de 10 mil euros deve ser informada às autoridades eleitorais do país.

A legislação também proibia dividir essa doação em valores menores e também estabelecia a obrigação de comunicar imediatamente à administração parlamentar qualquer doação superior a 50 mil euros.

Meuthen teria recebido 89 mil euros para apoiar a campanha eleitoral do partido no Land de Banden-Württemberg. Outros 130 mil euros foram para a campanha de Weidel no mesmo estado federado.

O montante foi contabilizado como várias doações de 9 mil euros, aparentemente para evitar a revelação da procedência do dinheiro.

A AfD se tornou em 2017 no primeiro partido de extrema direita a conquistar cadeiras no Bundestag desde a Segunda Guerra Mundial. Fundado em 2013, o partido também tem representação legislativa nas câmaras regionais dos 16 estados federados do país. EFE