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Rússia mantém oferta para receber diálogo entre Israel e Palestina

16/04/2019 14h30

Moscou, 16 abr (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta terça-feira que a oferta do Kremlin para que os líderes de Israel e da Palestina se reúnam sem condições prévias em Moscou segue vigente.

"Confirmamos nosso convite aos líderes palestinos e israelense para que mantenham uma reunião sem nenhuma condição prévia em nosso território", disse Lavrov ao término do quinto fórum de cooperação russo-árabe que foi realizado hoje em Moscou.

No encontro participaram 14 ministros de Relações Exteriores de países árabes, entre eles o palestino, Riyad al-Maliki, o libanês, Gebran Bassil, o saudita, Adel Al-Jubeir, o iemenita, Khaled al-Yamani, e o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit.

Al Maliki afirmou na segunda-feira à agência russa "RIA Nóvosti" que o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, está pronto para se reunir com o atual primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sem pré-condições em Moscou, mas admitiu que isto não acontecerá em um futuro próximo.

"Reiteramos nossa disposição e nossa vontade ao presidente (Vladimir) Putin de falar com Netanyahu no momento em que a parte israelense está preparada para isso", indicou Al Maliki.

Para ele, um encontro entre Abbas e Netanyahu não ocorrerá em um futuro próximo porque o premiê de Israel receberá do presidente do país, Reuven Rivlin, a missão de formar um novo governo após vencer as eleições convocadas de forma antecipada no dia 9 de abril.

"Falar de uma eventual reunião com o presidente Abbas pode minar as perspectivas para a formação de um governo de coalizão, por isso que não vai querer abordar esta possibilidade", explicou.

O conflito entre palestinos e israelenses foi um dos temas abordados no fórum de cooperação russo-árabe, que adotou uma declaração de apoio à unidade palestina.

"Confirmamos nossa determinação de estabelecer um Estado palestino independente, viável e territorialmente contínuo dentro das fronteiras seguras e reconhecidas de 1976 e cuja capital seja o Jerusalém Oriental", indicou Lavrov.

O chanceler russo acrescentou que os países presentes no fórum concordam que "todos os problemas do Estado final devem ser resolvidas mediante negociações diretas entre as partes".

Igualmente mostraram rejeição ao reconhecimento por parte dos Estados Unidos da soberania israelense sobre as Colinas de Golã.

"Viola todas as resoluções conhecidas do Conselho de Segurança da ONU e a Carta das Nações Unidas, além de aumentar as tensões nesta região", disse o chefe da diplomacia russa.

Por sua vez, o fórum abordou o conflito na Líbia e decidiu seguir se esforçando na busca de uma solução, acrescentou Lavrov, que também lembrou a iniciativa russa para promover a confiança e a transparência entre o Conselho de Cooperação para os Estados Árabes do Golfo e o Irã.

Neste sentido, foi aprovada uma declaração na qual destaca "a importância de normalizar e desenvolver as relações entre os países árabes e o Irã em prol da paz e a estabilidade", indicou. EFE