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Pompeo diz que segue à frente de negociações com Pyongyang apesar das queixas

19/04/2019 17h02

Washington, 19 abr (EFE).- O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, afirmou nesta sexta-feira que segue à frente das negociações com a Coreia do Norte e que "nada mudou", após o pedido foi ontem por Pyongyang aos Estados Unidos para que o substitua nas conversas.

"Nada mudou. Seguimos trabalhando para negociar. Ainda estou a cargo da equipe", disse Pompeo em entrevista coletiva conjunta com o secretário de Defesa interino, Patrick Shanahan, e seus respectivos homólogos japoneses, Taro Kono e Takeshi Iwaya, que estão de visita em Washington.

"O presidente (Donald) Trump obviamente está à frente de todo o esforço, mas será minha equipe e a do representante especial (para a Coreia do Norte, Stephen) Biegun as que continuarão liderando os esforços para conseguir aquilo com o que o presidente Kim (Jong-un) se comprometeu em junho do ano passado, que foi desnuclearizar", disse.

Nesse sentido, lembrou que o líder norte-coreano se comprometeu diante de Trump a desmantelar o programa nuclear de seu país "múltiplas vezes".

Inclusive, segundo ressaltou, "se comprometeu diante de mim meia dúzia de vezes, e estou convencido de que ainda há uma oportunidade real de conseguir esse resultado, e nossa equipe diplomática seguirá à frente".

Pompeo respondeu desta forma à exigência feita ontem pelo governo de Pyongyang que fosse substituído no diálogo.

Em uma nota publicada pela agência de notícias "KCNA", Kwon Jong-gun, um porta-voz da chancelaria norte-coreana, afirmou que "caso as conversas sejam retomadas no futuro", a Coreia do Norte gostaria que, no lugar de Pompeo, esse papel correspondesse a "alguém que mostre maior tato e maturidade na hora de comunicar-se".

Por sua parte, Kono afirmou na entrevista coletiva na capital americana que "o Japão está pronto para normalizar sua relação com a Coreia do Norte quando estes assuntos de mísseis, nucleares e de sequestros sejam atendidos" e garantiu que, "se houver chance", o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, encontrará Kim para falar sobre estas questões.

Abe, de tendência conservadora, foi partidário da linha dura com a Coreia do Norte devido aos sequestros de civis japoneses nas décadas de 1970 e 1980.

A Casa Branca anunciou ontem à noite que Trump e a primeira-dama americana, Melania Trump, receberão Abe e sua esposa, Akie Abe, durante a viagem a Washington que farão entre os dias 26 e 27 de abril.

Em comunicado, o escritório do presidente dos EUA destacou que na sua reunião Trump e Abe devem "reafirmar" a aliança bilateral como "pedra fundamental da paz, estabilidade e prosperidade da região Indo-Pacífico e ao redor do mundo"; e abordarão os esforços para conseguir a desnuclearização da Coreia do Norte.

A Casa Branca confirmou ainda que Trump e Melania visitarão o Japão entre os dias 25 e 28 de maio, "como os primeiros convidados de Estado do país após a entronização de Vossa Majestade o imperador Naruhito em 1º de maio". EFE