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Governo chileno inicia trâmite para sair da Unasul

21/04/2019 22h26

Santiago (Chile), 21 abr (EFE).- O Governo do Chile anunciou neste domingo que pediu a opinião do Congresso para efetuar a denúncia do Tratado Constitutivo da União de Nações Sul-americanas (Unasul), o primeiro passo para se desvincular desse bloco.

"O Governo do Chile decidiu consultar o Congresso Nacional para realizar a denúncia do Tratado Constitutivo da Unasul", informou o governo em comunicado.

Fontes do governo declararam à Agência Efe que a consulta à Câmera de Deputados e ao Congresso faz parte do processo previsto na Constituição, mas o seu resultado não é vinculativo.

O governo do presidente Sebastián Piñera afirmou que a Unasul está "institucionalmente acéfala", sem secretário-geral desde 2017 e sem praticamente atividades durante os dois últimos anos.

"Além disso, se afastou dos princípios que inspiraram sua criação e hoje é uma instituição altamente politizada e não efetiva", acrescentou o comunicado.

O governo lembrou que outros países como Brasil, Argentina, Colômbia, Paraguai e Equador também suspenderam sua participação na Unasul e começaram formalmente o processo para denunciar o Tratado Constitutivo e abandonar definitivamente o bloco.

Além disso, Brasil, Chile, Argentina, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai e Peru criaram no dia 22 de março o Fórum para o Progresso da América do Sul (Prosul), um espaço de diálogo e coordenação que deve substituir a Unasul.

"O Prosul é um fórum aberto a todos os países democráticos da América do Sul, sem ideologias e respeitoso da diversidade de cada povo. Um fórum pragmático e sem burocracia excessiva, com um firme compromisso com a democracia, as liberdades e o respeito aos direitos humanos de todas as pessoas", ressaltou o Governo chileno.

A Unasul nasceu em 2008 como um projeto progressista impulsionado pelo falecido ex-presidente venezuelano Hugo Chávez e apoiado por outros líderes regionais como o ex-líder argentino também falecido Néstor Kirchner, o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o equatoriano Rafael Correa e o ainda governante da Bolívia, Evo Morales.

Os únicos membros da Unasul que continuam ativos são Uruguai, Guiana, Bolívia, Suriname e Venezuela. EFE