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Sri Lanka acredita que atentados foram reação a massacre na Nova Zelândia

23/04/2019 09h29

Colombo, 23 abr (EFE).- O governo do Sri Lanka afirmou nesta terça-feira que acredita que os atentados do Domingo de Páscoa contra igrejas e hotéis no país, nos quais morreram 321 pessoas e 521 ficaram feridas, e cuja autoria foi reivindicada pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), podem ter sido uma reação ao massacre em Christchurch, na Nova Zelândia, onde um supremacista branco matou 50 pessoas em duas mesquitas.

"Recebemos informações de que o ataque foi uma represália ao sucedido em Christchurch na Nova Zelândia. Estamos averiguando", revelou o vice-ministro da Defesa, Ruwan Wijewardene, em discurso no parlamento cingalês.

Os ataques em Christchurch ocorreram em 15 de março, quando o supremacista branco Brenton Tarrant, um australiano de 28 anos, invadiu duas mesquitas da cidade e atirou indiscriminadamente contra os presentes, causando 50 mortes e deixando dezenas de feridos.

O número de mortos na série de atentados no Domingo de Páscoa no Sri Lanka já chega a 321, enquanto os feridos são 521, dos quais 375 continuam internados em hospitais, detalhou Wijewardene durante a sessão no parlamento.

"Houve falhas de segurança e haverá investigações", afirmou o vice-ministro, um reconhecimento que foi compartilhado por outros integrantes do governo cingalês, sobretudo desde que veio à tona a informação de que as forças de segurança tinham sido alertadas no início do mês para possíveis ataques a igrejas e destinos turísticos no país.

A maioria dos ataques foram cometidos por suicidas, que o governo do Sri Lanka relacionou com o pouco conhecido grupo terrorista local de ideologia islamita National Thowheeth Jamath (NTJ).

O vice-ministro da Defesa confirmou hoje oficialmente no parlamento que o NTJ está por trás do atentado e revelou que a organização islamita "tem vínculos próximos com o JMI", Jammiyathul Millathu Ibrahim, outro grupo local.

"Temos que tomar medidas para proibir grupos extremistas como este. Além disso, temos que levar os membros desta organização à Justiça", frisou Wijewardene.

Pouco depois das declarações do vice-ministro, o grupo jihadista Estado Islâmico reivindicou a autoria dos atentados, o que poderia fortalecer a teoria governamental de que os terroristas locais receberam apoio do exterior.

"Os executores do ataque que teve como alvo os cidadãos dos países da coalizão e cristãos antes de ontem são combatentes do Estado Islâmico", expressou em comunicado uma fonte de segurança à agência "Amaq", que é vinculada ao EI.

Até o momento, segundo os últimos dados oferecidos à Agência Efe pelo porta-voz da polícia do Sri Lanka, Ruwan Gunasekara, 40 pessoas foram detidas por suspeita de envolvimento com os atentados.

Além disso, o porta-voz policial solicitou à população em comunicado que "mantenha-se em alerta máximo", já que há indícios de que ainda pode haver "um caminhão e uma caminhonete lotados com explosivos" em alguma parte do país, sem fornecer mais detalhes. EFE