Trump quer impedir depoimentos de assessores sobre caso Rússia no Congresso
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje que é contra qualquer convocação de assessores da Casa Branca para depor sobre o chamado caso Rússia na Câmara dos Representantes, que decidiu abrir uma investigação para esclarecer se o líder republicano cometeu crime de obstrução à Justiça.
"Já é suficiente. Vamos nos opor a todas as convocações", disse Trump aos jornalistas pouco antes de viajar para Atlanta, onde participará de um evento sobre a crise de opioides que afeta o país.
O presidente do Comitê de Justiça da Câmara dos Representantes, Jerrold Nadler, convocou Don McGahn, ex-advogado da Casa Branca, a depor sobre alguns fatos descritos no relatório da investigação sobre o caso Rússia. O documento foi elaborado pelo procurador especial Robert Mueller e revelado parcialmente na última semana.
Os democratas querem esclarecer se Trump cometeu um crime passível de impeachment. No relatório, Mueller afirmou que o presidente deu ordens para que funcionários da Casa Branca interferissem nas investigações, mas não chegou a cometer crime de obstrução à Justiça porque os funcionários do governo não o obedeceram.
Trump disse que a convocação é "ridícula" e que as investigações são uma estratégia do Partido Democrata para prejudicar a imagem da Casa Branca visando as eleições presidenciais de 2020.
"A única maneira para vencer é ir contra mim constantemente com coisas sem sentido", criticou Trump.
O presidente americano também atacou a tentativa dos democratas de obter as declarações de imposto de renda feitas por ele em anos anteriores. O pedido para ter acesso aos documentos já foi feito pela Câmara dos Representantes, controlada pela oposição.
"Agora a Câmara dos Representantes quer conhecer todos os negócios que fiz ao longo da minha vida. Dou como certo que Mueller, por US$ 35 milhões (custo da investigação do caso Rússia), viu meus impostos e comprovou que minhas finanças são magníficas", disse.
Os democratas estão divididos e discutem se abrem ou não um pedido impeachment contra Trump. Parte deles considera insuficiente o relatório de Mueller, que concluiu que não há provas suficientes para acusar criminalmente a equipe do presidente de ter conspirado com o governo da Rússia para vencer as eleições de 2016.
No entanto, Mueller deixa aberta a possibilidade de Trump ter cometido crime de obstrução à Justiça, hipótese considerada pelos democratas para considerar o pedido de impeachment.
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