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Ghani inaugura controverso parlamento, 6 meses depois das eleições

26/04/2019 10h53

Cabul, 26 abr (EFE).- O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, inaugurou nesta sexta-feira oficialmente a nova câmara baixa do parlamento, quase seis meses depois da realização de controversas eleições devido às acusações de fraude e má gestão.

"Felicito a nação e os parlamentares pelo novo mandato", disse Ghani em discurso para os novos membros da Wolesi Jirga, como é conhecida a câmara baixa, assim como para senadores e membros do governo.

"O país colocou as esperanças em vocês, está esperando que sirvam ao povo e à nação com iniciativas efetivas e práticas", acrescentou o presidente.

Ghani explicou que o atraso entre o pleito e a formação do novo Parlamento ocorreu devido à incompetência "de alguns dos antigos comissários (eleitorais) que atrasaram o resultado das eleições".

O presidente afegão demitiu os 12 comissários em fevereiro depois que denúncias de fraude, problemas técnicos e de segurança aumentaram.

Estava previsto que os resultados do pleito parlamentar realizado no final de outubro fossem divulgados em dezembro de 2018.

A Comissão Eleitoral Independente anunciou os resultados de 31 províncias, mas ainda faltam os de Cabul, onde foram depositados um terço de todos os votos; e de Paktia, explicou à Agência Efe o porta-voz da organização que supervisiona o pleito, Abdul Aziz Ibrahimi.

A comissão publicará os resultados "o mais rápido possível", disse o porta-voz.

As eleições parlamentares estavam previstas para o segundo semestre de 2015 e foram postergadas várias vezes por causa de problemas financeiros e de segurança, e devido a reformas institucionais.

A inauguração do Parlamento aconteceu enquanto o governo prepara-se para realizar a Loya Jirga, a grande assembleia de notáveis afegãos, na próxima segunda-feira.

Os novos parlamentares farão parte do contingente de 2,5 mil participantes que darão conselhos ao governo e definirão as linhas vermelhas a serem respeitadas no processo de paz com os talibãs. EFE