Coreia do Norte faz grandes cortes em alimentos fornecidos à população
Genebra, 3 mai (EFE).- Aproximadamente 10,1 milhões de pessoas na Coreia do Norte, quase metade da população, sofrem com a "severa falta de alimentos" depois que o governo reduziu as porções de comida distribuídas à população para um nível jamais visto para esta época do ano, revelou nesta sexta-feira a ONU.
Uma avaliação da situação alimentícia no país, a pedido do Programa Mundial de Alimentos (PMA), a maior agência de ajuda humanitária das Nações Unidas, descobriu que o consumo de alimentos no país asiático foi bastante reduzido, que sua diversidade é mínima e que as famílias se viram forçadas a reduzir o número de refeições por dia ou a quantidade de comida nas mesmas.
A razão para os cortes é que a Coreia do Norte teve sua pior safra na última década, explicou o porta-voz do PMA em Genebra, Herve Verhoosel.
"Sem apoio humanitário, milhões podem sofrer com a fome", advertiu Verhoosel em entrevista coletiva.
Especialistas do PMA e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês) visitaram a Coreia do Norte de 29 de março a 12 de abril a pedido do regime de Kim Jong-un para realizar a avaliação.
A missão estabeleceu que a produção agrícola no país no último ano foi de 4,9 milhões de toneladas, o pior número desde 2008-2009 e que representa um déficit de 1,36 milhão de toneladas (incluindo as importações) em relação à quantidade mínima necessária.
Apesar das doações de alimentos de Rússia, Canadá, França, Suécia e Suíça ao país através do PMA, isto está longe de cobrir as necessidades mais vitais da população norte-coreana.
"Tememos que, diante da ausência de uma assistência externa significativa, as porções de alimentos distribuídas pelo governo sofram ainda mais cortes nos meses críticos, que vão de julho a outubro, o período entre safras na Coreia do Norte", segundo o PMA.
A Coreia do Norte sofreu uma das piores crises de fome na década de 1990 como consequência de safras ruins, o que coincidiu com a desintegração da União Soviética, um dos seus principais apoios econômicos naquela época.
Essa situação gerou uma escassez de alimentos que, segundo alguns especialistas, provocou a morte de aproximadamente 3,5 milhões de pessoas.
Nas últimas décadas, a China foi um dos principais fornecedores de ajuda humanitária à Coreia do Norte, mas esta geralmente foi direta, sem passar por órgãos da ONU. EFE
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