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Dados básicos e evolução política da África do Sul

03/05/2019 20h52

Johanesburgo, 3 mai (EFE).- A África do Sul realizará na próxima quarta-feira as sextas eleições gerais da sua história, 25 anos depois do início da democracia em um país que ainda se ressente das feridas do regime racista do apartheid.

Estes são os dados básicos do país, a economia mais industrializada da África:.

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LOCALIZAÇÃO: A República da África do Sul ocupa o cone sul do continente africano desde o rio Limpopo (norte) até o Cabo Agulhas (sul). Faz fronteira ao norte com Namíbia, Botsuana e Zimbábue e ao leste com Moçambique e Suazilândia, assim como com os oceanos Atlântico e Índico.

SUPERFÍCIE: 1.221.038 quilômetros quadrados.

POPULAÇÃO: 58,3 milhões de habitantes, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) de 2019.

CAPITAL: Pretória.

IDIOMA: Existem 11 idiomas oficiais: africâner, inglês, ndebele, xhosa, zulu, soto do norte, soto do sul, tswana, suázi, venda e tsonga.

RELIGIÃO: Maioria cristã, mas também são professadas religiões tradicionais africanas e existe uma minoria hindu e muçulmana.

MOEDA: Rand.

SISTEMA POLÍTICO: Estado federal formado por um governo central e nove provinciais. Em 22 de dezembro de 1993, o parlamento aprovou uma Constituição transitória que expatriou o sistema de segregação racial e estabeleceu uma Democracia Parlamentar. A Constituição atual data de 1996 e foi aprovada sob a presidência de Nelson Mandela.

O poder Executivo é exercido pelo presidente (eleito pela Assembleia Nacional), o vice-presidente e um gabinete de ministros. O parlamento é integrado por 400 deputados e o Senado por 90 membros.

GOVERNO: O atual chefe de Estado é Cyril Ramaphosa, que chegou ao cargo em fevereiro de 2018.

PRINCIPAIS PARTIDOS POLÍTICOS: Congresso Nacional Africano (CNA), Aliança Democrática (AD) e Lutadores pela Liberdade Econômica (EFF, na sigla em inglês).

DADOS ECONÔMICOS:.

PIB total: US$ 385,526 bilhões (FMI, 2019).

PIB per capita: US$ 6.609 (2019).

Inflação: 5,2% (FMI, 2019).

Desemprego: 28,6% (2019).

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HISTÓRIA:.

A África do Sul alcançou sua independência em 1961 e o Partido Nacional africâner (PN), no poder desde 1948, exercia uma política de segregação racial durante o regime de Pieter Botha até a chegada à presidência de Frederik de Klerk em 1989.

Esta política de discriminação levou a ONU a proibir, em 1961, a venda de armas à África do Sul, e em 1971 a condenou de forma explícita. A Comunidade Europeia se somou em 1986 a este isolamento com sanções econômicas que se prolongaram até abril de 1991.

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EVOLUÇÃO POLÍTICA:.

Em 15 de agosto de 1989, De Klerk substituiu Botha na presidência e iniciou o desmantelamento do apartheid.

Em 1990, foram legalizadas as formações da oposição, entre elas o Congresso Nacional Africano (CNA), e ordenada a libertação de seu líder mais emblemático, Nelson Mandela, que saiu da prisão depois de 27 anos.

Em 12 de fevereiro de 1991, o governo e o CNA assinaram um acordo graças ao qual o primeiro se comprometia a libertar os prisioneiros políticos e permitir o regresso de exilados, contanto que o segundo renunciasse à luta armada.

Em junho do mesmo ano, o parlamento votou o fim da segregação racial e De Klerk anunciou a abertura de conversas para a transição a uma democracia completa em um fórum multilateral (CODESA), o que rompeu com o boicote econômico da comunidade internacional.

No entanto, o fim da segregação racial não acabou com as lutas tribais nas zonas de influência zulu e nos subúrbios das grandes cidades, razão pela qual Mandela e o chefe do movimento zulu Inkatha, Mangosuthu Buthelezi, se reuniram em 29 de janeiro de 1991 em Durban para abordar a violência nos povoados e bairros negros.

No final das contas, foi De Klerk quem conseguiu, em fevereiro de 1993, um acordo com Mandela para a realização de eleições em 1994 e a formação de um governo de união nacional durante cinco anos; conquista pela qual ambos foram agraciados com o Nobel da Paz.

Após intensas negociações, entre 26 e 29 de abril de 1994, foi realizado o primeiro pleito multirracial - após três séculos de dominação branca -, que terminou com a vitória de Mandela.

Em 1996, começaram os trabalhos da Comissão da Verdade e Reconciliação, que investigou as violações de direitos humanos cometidos entre 1960 e 1993, e o ex-presidente Pieter Botha foi um dos indiciados.

Anos depois e com a decisão de Mandela de retirar-se da vida política, o também líder do CNA e até então vice-presidente, Thabo Mbeki, venceu as segundas eleições democráticas, em junho de 1999.

Cinco anos depois, Mbeki foi reeleito com um apoio ao partido que somava cerca de 70% dos votos.

Em junho de 2005, Jacob Zuma foi afastado da vice-presidência do governo de Mbeki, após ter se envolvido em um escândalo de corrupção.

Em meio a duras lutas internas, Zuma acabou eleito para ocupar a presidência do CNA, em dezembro de 2007, derrotando o próprio Mbeki.

Depois que o Ministério Público retirou todas as acusações contra ele em abril de 2009, Zuma pôde se apresentar como candidato às eleições gerais daquele ano, as quais venceu facilmente.

Nas eleições de maio de 2014, Zuma se reelegeu como presidente, e mais tarde, envolvido em múltiplos casos de corrupção, conseguiu superar até oito moções de censura durante seu mandato.

No entanto, em 15 de fevereiro de 2018, se viu obrigado a renunciar devido às pressões do próprio partido. Zuma foi substituído então pelo vice-presidente Cyril Ramaphosa, que já tinha lhe substituído à frente do CNA.

Em 7 de fevereiro de 2019, Ramaphosa anunciou eleições gerais para o dia 8 de maio. EFE