Guaidó diz que parlamento venezuelano poderia aprovar intervenção dos EUA
Washington, 5 mai (EFE). O presidente do parlamento da Venezuela, o opositor Juan Guaidó, afirmou em entrevista ao jornal "The Washington Post" que o Legislativo "provavelmente" estudaria a opção de uma intervenção militar dos Estados Unidos e que, "caso seja necessária", inclusive a aprovaria.
"Querido amigo, embaixador John Bolton, obrigado por toda a ajuda que prestou para esta justa causa. Obrigado pela opção, vamos avaliá-la e, provavelmente, a Assembleia a levará em conta para resolver esta crise. Caso seja necessária, talvez a aprovemos", respondeu Guaidó ao ser perguntado se aceitaria uma intervenção das Forças Armadas dos EUA na Venezuela.
O presidente da Assembleia Nacional venezuelana afirmou que esta seria sua resposta se Bolton, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca e uma das vozes mais duras com o governo de Nicolás Maduro em Washington, colocasse tropas americanas à sua disposição.
Apesar de os EUA terem preferência por uma possível transição pacífica, o chefe interino do Pentágono, Patrick Shanahan, garantiu na última sexta-feira, depois de se reunir com Bolton, que "todas as opções estão sobre a mesa".
No decorrer da entrevista, Guaidó, que foi reconhecido por mais de 50 países como presidente interino da Venezuela, classificou de "grande notícia" o fato de o Departamento de Defesa dos EUA não descartar nenhum cenário.
"É uma grande notícia para a Venezuela, porque nós estamos avaliando todas as opções. É bom saber que aliados importantes, como os EUA, estão analisando também todas as opções. Isso nos dá a possibilidade de saber que, se precisarmos de cooperação, poderemos tê-la", afirmou Guaidó.
O político, de 35 anos de idade, liderou na última terça-feira uma revolta em Caracas que, não obstante, foi perdendo fôlego com o passar dos dias.
"Talvez porque ainda necessitemos de mais soldados e mais funcionários do regime que queiram apoiá-la (a revolta), que respaldem a Constituição. Acredito que as variáveis são óbvias ao chegarmos a este ponto", concluiu Guiadó. EFE
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