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Líder conservadora no parlamento britânico renuncia por desacordo com May

22/05/2019 17h39

Londres, 22 mai (EFE).- A líder do Partido Conservador na Câmara dos Comuns, Andrea Leadsom, renunciou nesta quarta-feira por discordar da forma como a primeira-ministra do Reino Unido, a também "tory" Theresa May, está administrando o processo de saída do país da União Europeia (UE), o chamado Brexit.

"Já não acredito que nosso plano vá conseguir materializar o resultado do referendo de 2016", no qual 51,9% dos eleitores optou por romper os laços com o bloco comunitário, indicou Leadsom em carta dirigida à chefe de governo.

A até agora líder nos Comuns do Partido Conservador, um cargo que garante acesso ao gabinete de governo, foi uma das rivais de May nas primárias da legenda que foram realizadas há três anos.

A primeira-ministra apresentou ontem um novo plano para tentar que o parlamento ratifique o acordo do Brexit que negociou com Bruxelas, um roteiro que abre a porta a uma união aduaneira temporária com a UE e à possibilidade de votar em um segundo referendo.

Essas propostas de May exacerbaram as críticas do setor mais eurocético dos conservadores.

"Não acredito que vamos ser um Reino Unido verdadeiramente soberano através do acordo que (May) está propondo agora", declarou Leadsom em sua carta de renúncia.

"Sempre afirmei que um segundo referendo seria perigosamente divisor, e não apoio que o governo voluntariamente facilite essa concessão", acrescentou a política "tory".

A renúncia de Leadsom aumenta a pressão sobre May, que se comprometeu a fixar um calendário para sua renúncia e novas primárias no seu partido uma vez que o parlamento vote o acordo do Brexit, previsivelmente na primeira semana de junho.

O presidente do Comitê 1922, que agrupa os deputados conservadores, Graham Brady, antecipou hoje que pretende se reunir com a primeira-ministra na próxima sexta-feira, um encontro que pode determinar o futuro de May.

Amanhã serão realizadas no Reino Unido as eleições para o Parlamento Europeu, pleitos nos quais o Partido Conservador pode ficar relegado à quinta força política, segundo as pesquisas. EFE