Manifestantes lotam ruas da Albânia para exigir renúncia de primeiro-ministro
Tirana, 25 mai (EFE).- Milhares de albaneses foram neste sábado às ruas de Tirana, capital do país, para pedir a renúncia do primeiro-ministro Edi Rama, em uma manifestação que terminou em confronto com policiais que acompanhavam o movimento.
Perto do parlamento do país, alguns dos manifestantes jogaram pedras e foguetes contra as forças de segurança, que responderam com o uso de canhões de água para dispersar o protesto.
Os incidentes de hoje foram menores do que os registrados no protesto do último dia 11, quando 14 policiais, dois manifestantes e um funcionário de uma emissora de TV ficaram feridos.
Os manifestantes começaram o protesto em frente à sede do governo e percorreram as ruas da capital até chegar ao parlamento. O movimento foi organizado por líderes dos dois principais partidos da oposição, o conservador Partido Democrático (PD) e o esquerdista Movimento Socialista para a Integração (LSI).
"As ruas têm se enchido de coragem com uma mensagem curta e decidida: 'Rama, vá embora!", disse o líder do PD, Lulzim Basha.
A oposição acusa o governo de ter vínculos com organizações criminosas e de ter manipulado os resultados das eleições parlamentares do país há dois anos.
Rama nega as acusações e garante que foi eleito em um pleito limpo, certificado pela comunidade internacional.
Funcionários do alto escalão da União Europeia (UE) e do governo dos Estados Unidos confirmaram que o governo de Rama é legítimo e pediram que os opositores voltem a fazer parte do parlamento.
Os principais críticos de Rama abandonaram o Legislativo há três meses e, por enquanto, se negam a participar das eleições municipais marcadas para ocorrer no próximo dia 30 de junho.
A comunidade empresarial disse estar preocupada com a insegurança política da Albânia, o que tem afetado o clima dos negócios no país, um dos mais pobres da Europa.
Nos últimos dias, Rama enviou quatro cartas abertas a Basha, nas quais convida o opositor a dialogar. A proposta, no entanto, foi negada. O líder do PD quer a renúncia do primeiro-ministro e a formação de um governo de transição no país.
"Não vai haver negociação com Rama", destacou Basha, que classifica a saída do premiê como uma "questão de vida ou morte".
A Albânia espera receber em junho uma resposta positiva da UE ao processo para iniciar as negociações para aderir ao bloco. EFE
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