Topo

Exército mata 26 rebeldes islamitas na República Democrática do Congo

30/05/2019 16h09

Kinshasa, 30 mai (EFE).- O Exército da República Democrática do Congo (RDC) afirmou nesta quinta-feira ter matado 26 insurgentes em um confronto com a milícia islamita ugandense Frente Democrática Aliada (ADF), na região nordeste do país, fortemente afetada pelo ebola.

O porta-voz das Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC), general Richard Kasonga, informou que os rebeldes morreram em Ngite, perto da cidade de Beni, na província de Kivu do Norte e uma das áreas mais castigadas pela epidemia da doença desde agosto do ano passado, que deixou mais de 1.300 mortos.

"As Forças Armadas da RDC realizaram operações bem-sucedidas contra os terroristas da ADF e neutralizaram 26 deles. O nosso exército está decidido a realizar operações para restabelecer a paz", disse Kasonga aos jornalistas em Goma, capital de Kivu do Norte.

Diante de centenas de curiosos, as FARDC exibiram na esplanada da Câmara Municipal de Beni os corpos de 23 rebeldes que morreram nos combates e foram transportados em um caminhão militar.

A ADF, que comete ataques com frequência na região, é uma milícia fundada nos anos 1990 por Jamil Mukulu, um cristão que se converteu ao islã para criar um Estado islâmico, embora o grupo esteja há algum tempo sem declarar um compromisso expresso com esse fim.

Embora a ADF não tenha declarado publicamente sua aliança com a organização jihadista do Estado Islâmico (EI), alguns ataques que este grupo internacional reivindicou no último mês na República Democrática do Congo coincidiram com ações dos rebeldes ugandenses, segundo a imprensa local.

Por isso não deixam de crescer as suspeitas sobre a presença de redes do terrorismo jihadista internacional na RDC e seus possíveis vínculos com o ADF.

O nordeste da República Democrática do Congo está há anos imerso em um longo conflito alimentado pela presença de dezenas de grupos armados rebeldes, apesar da presença do exército congolês e das forças da Missão da ONU (Monusco).

É a mesma região onde, desde agosto do ano passado, se luta para controlar um surto de ebola que já causou 1.302 mortes (1.208 confirmadas em laboratório) em 1.945 casos, segundo o último boletim do Ministério de Saúde congolês.

Trata-se da epidemia de ebola mais letal da história do país e a segunda pior do mundo. EFE