Netanyahu recebe genro de Trump enquanto Israel caminha para novas eleições
Jerusalém, 30 mai (EFE).- O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, recebeu nesta quinta-feira uma delegação dos Estados Unidos liderada por Jared Kushner, conselheiro e genro do presidente Donald Trump, uma visita que coincide com a dissolução do parlamento israelense e a convocação de novas eleições no país.
"Tivemos um pequeno fato ontem à noite", disse Netanyahu a Kushner, referindo-se à dissolução da Knesset (parlamento israelense), que se materializou após uma votação que pôs fim à câmara pelo fracasso do primeiro-ministro nas tentativas de formar governo, o que levará Israel à realização de novas eleições, marcadas para 17 de setembro.
Netanyahu ressaltou que os fatos de ontem à noite não "irão detê-lo" e destacou que Israel seguirá trabalhando com os EUA e seus enviados especiais que estão no país para concretizar detalhes sobre a conferência econômica do Bahrein que acontece no fim de junho, na qual espera-se que os americanos revelem a parte econômica da proposta de paz para o conflito palestino-israelense.
Os detalhes do que foi tratado na reunião de hoje, na qual também esteve presente o enviado especial da Casa Branca para o Oriente Médio, Jason Greenblatt, não foram revelados, mas Netanyahu enalteceu "os esforços comuns" de Israel e EUA para conseguir "prosperidade, segurança e paz", e elogiou as ações americanas "para integrar alianças na região contra os desafios comuns".
Após a dissolução do parlamento ontem, Israel fica em uma situação de paralisia política que se manterá até as próximas eleições, e a formação definitiva de um novo governo, um cenário que poderia dificultar o desenvolvimento e a concretização do chamado "Acordo do Século", a proposta de paz elaborada pelo governo Trump.
Durante sua estadia na região, Kushner e Greenblatt, que lideram a redação da proposta, não devem se reunir com as autoridades palestinas.
Depois que Trump reconheceu Jerusalém como capital israelense e materializou a abertura da embaixada na Cidade Sagrada, indo contra o consenso mundial, a liderança palestina deixou de manter relações com os EUA e também rejeita o país como único mediador do processo de paz com Israel, que está suspenso desde 2014.
A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) já anunciou que nenhum grupo palestino estará presente na Conferência do Bahrein promovida pelos Estados Unidos e pediu aos países da comunidade internacional que não compareçam ao encontro, que acontecerá em Manama nos dias 25 e 26 de junho. EFE
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