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No Paraguai, Moro discute maior integração na luta contra o tráfico de drogas

03/06/2019 22h08

Assunção, 3 jun (EFE).- O ministro de Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, participou nesta segunda-feira de um evento no Paraguai para discutir formas de ampliar a cooperação entre os dois países para combater o crime organizado na fronteira.

O evento, realizado na cidade de Pedro Juan Caballero, vizinha a Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, teria a presença do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, e da ministra de Segurança da Argentina, Patricia Bullrich. No entanto, eles tiveram que cancelar a viagem devido ao denso nevoeiro que cobria a cidade.

O próprio Moro teve dificuldades para chegar ao Paraguai. O avião que levava o ministro pousou em Dourados, que fica a cerca de 120 quilômetros de Pedro Juan Caballero. A distância foi percorrida de carro.

Moro foi recebido pelo titular da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad), Arnaldo Giuzzio, e ressaltou que a presença no evento reafirma a importância da cooperação entre Brasil e Paraguai na luta contra o tráfico de maconha.

Os dois países iniciaram em maio a operação batizada como "Nova Aliança", realizada pela Senad em parceria com a Polícia Federal. Segundo o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, em dois dias de ação, 61 hectares de plantação de maconha foram destruídos.

O ministro também destacou que a vontade do governo brasileiro é aprofundar o trabalho. Para Moro, a operação mostra que as autoridades dos dois países podem e devem atuar de forma integrada na luta contra o crime organizado transnacional.

Já Giuzzio ressaltou que esse tipo de aliança firmada por Brasil e Paraguai permite resistir ao avanço de estruturas criminosas e ampliam o vínculo entre os dois países.

A agenda da cúpula previa que Moro acompanhasse de perto uma operação do Senad em uma plantação clandestina de maconha, mas ida do ministro ao local também foi cancelada devido ao mau tempo.

"As operações contra as plantações de maconha são as que mais causam prejuízo para as finanças do narcotráfico, já que importantes quantidades de droga são destruídas antes de ir aos postos de venda", destacou o diretor da Senad no encontro.

Tanto Moro como Giuzzio ressaltaram a necessidade de a Argentina se unir à iniciativa de cooperação na luta com o narcotráfico. O mercado argentino é o segundo principal destino da droga produzida no Paraguai, só perdendo para o Brasil.

Apesar do sucesso da parceria operacional, o diretor da Senad destacou que é preciso ampliar a integração entre os países e focar em oferecer alternativas aos produtores rurais paraguaios para que eles deixem de plantar a droga e optem por produtos legalizados.

Sem dar muitos detalhes, Giuzzio disse à imprensa paraguaia que há a possibilidade da criação de um subsídio para os produtores. O dinheiro seria usado para cobrir a diferença do que eles ganham cultivando a maconha e o que obteriam com uma plantação de um produto legal. EFE