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OLP adverte aos EUA que anexação da Cisjordânia é crime de guerra

08/06/2019 15h04

Jerusalém, 8 jun (EFE).- O secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erakat , advertiu neste sábado que a anexação de território ocupado é um crime de guerra, em resposta a declarações do embaixador dos Estados Unidos em Jerusalém, que afirmou que Israel poderia tomar tal decisão.

"O embaixador do presidente Trump deu informações suficientes para que ninguém vá ao encontro em Manama (Bahrein): sua visão é sobre a anexação de território ocupado, um crime de guerra sob a lei internacional", afirmou Erakat no Twitter.

A declaração foi feita depois da publicação de uma entrevista hoje no jornal americano "The New York Times" com o embaixador americano em Israel, David Friedman, conhecido pela postura pró-israelense e por não condenar os assentamentos em território ocupado.

No texto, intitulado "Embaixador dos EUA diz que Israel tem direito a anexar partes da Cisjordânia", Friedman diz: "Sob certas circunstâncias, acho que Israel tem o direito de reter parte da, mas improvavelmente toda, Cisjordânia". Uma afirmação que, segundo o próprio jornal, "abre a porta para a aceitação americana do que seria uma enorme ato provocativo".

Friedman também acusa os palestinos de utilizar "pressão maciça" para impedir líderes empresariais participem de uma conferência econômica que os Estados Unidos realizam no Bahrein, onde são aguardadas propostas econômicas para caso os palestinos aceitem o plano de paz que o governo de Trump prepara, algo que se negaram a fazer antes mesmo de conhecer.

O embaixador admitiu que a proposta de paz que elaborada pela equipe americana, liderada pelo genro e assessor de Trump, Jared Kushner, tem como objetivo melhorar a qualidade de vida dos palestinos, mas não deve ser uma solução permanente ao conflito.

A aceitação por parte dos Estados Unidos de uma possível anexação parcial desse território colocaria Washington de novo na direção oposta ao que foi mantido até agora e totalmente contra o consenso internacional, que não reconhece soberania a Israel nos territórios ocupados e aposta por estabelecer neles o futuro Estado independente palestino. EFE