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Chile formaliza sua saída da Unasul

14/06/2019 23h55

Quito, 14 jun (EFE).- O governo do Chile formalizou sua saída da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) ao denunciar o Tratado Constitutivo do bloco, em meio a uma crise que levou à retirada de vários de seus membros, confirmou nesta sexta-feira o Ministério das Relações Exteriores do Equador, depositária dos acordos da organização.

A Chancelaria equatoriana informou que "na terça-feira, a Embaixada do Chile no Equador transmitiu uma nota em nome de seu país denunciando o Tratado Constitutivo da Unasul", segundo um comunicado oficial.

O anúncio de hoje confirma o realizado em abril do ano passado, quando a Argentina, Colômbia, Chile, Brasil, Paraguai e Peru informaram sua decisão de "não participar das diferentes instâncias" da Unasul, até "o bom funcionamento da organização".

Com isso, esses países foram gradualmente se retirando do bloco e agora estão promovendo o Fórum para o Progresso e Desenvolvimento da América do Sul (Prosul), cuja carta de fundação foi incorporada na Declaração de Santiago, assinada no dia 22 de março, no Chile, e que nasceu com o objetivo de se tornar um organismo dinâmico e menos burocrático.

A "denúncia" do governo chileno entrará em vigor "depois de seis meses", acrescenta o comunicado de imprensa, afirmando que a nota foi assinada pelo até ontem chanceler Roberto Ampuero, que foi substituído por Teodoro Ribera Neumann, dentro de uma reforma ministerial promovida pelo Sebastián Piñera.

Até o momento, o Ministério das Relações Exteriores do Equador, que é o depositário do Tratado Constitutivo, também recebeu denúncias da Colômbia, Paraguai, Argentina e Brasil.

Em março, o Equador anunciou "a suspensão da aplicação do Tratado" e o início dos "procedimentos internos para sua denúncia", cuja aprovação está sendo debatida no Parlamento.

A Unasul nasceu em 2008 como um projeto progressista de 12 países impulsionado pelo falecido presidente venezuelano Hugo Chávez e apoiado por outros líderes do continente da época, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa (Equador) e o já também falecido Néstor Kirchner (Argentina).

De acordo com o comunicado, o Peru também anunciou a suspensão do tratado e deu os primeiros passos para sua denúncia, enviando, no dia 17 de maio, um comunicado ao Congresso peruano, apresentando um projeto de resolução legislativa para sua consideração.

No mês de abril, o governo do Chile expressou sua intenção de sair da organização, afirmando que ela "não funciona há anos, não se reúne, não opera, e, além disso, está acéfala". EFE