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Milhares de pessoas exigem que Trump demita sua assessora Kellyanne Conway

16/06/2019 19h05

Washington, 16 jun (EFE).- Mais de 15.000 pessoas assinaram até o momento um documento exigindo ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que demita sua assessora Kellyanne Conway por ter violado a lei em repetidas ocasiões ao aproveitar seu cargo público para fazer campanha a favor do governante.

Na quinta-feira passada foi revelado que Trump recebeu um relatório no qual o Escritório do Promotor Especial (SCO, na sigla em inglês), uma organização oficial independente que vigia possíveis infrações legais no governo, acusava Conway de violar a chamada Lei Hatch em várias ocasiões.

Esta legislação proíbe explicitamente os funcionários do governo de utilizar sua posição para influenciar nas eleições no país.

"As conclusões da SCO não tem precedentes, e semelhantes violações, assim como seu desdém pela lei expressada publicamente, deixam claro que a demissão de Conway é necessária para preservar o cumprimento das leis", destacou a organização Citizens for Responsibility and Ethics in Washington (CREW), que foi a que denunciou a situação em um primeiro momento.

A CREW publicou esta mensagem em seu site, junto a um formulário que permite aos cidadãos somar-se a esta iniciativa e que, por enquanto, conta com 15.737 assinaturas.

Conway, uma das figuras mais midiáticas da Casa Branca, violou tal legislação ao denegrir "candidatos presidenciais democratas em entrevistas de televisão e nas redes sociais, nas quais falava em desempenho do seu cargo oficial" como funcionária governamental, explicou a SCO no seu documento.

"Se não se castigar as violações (da lei) da senhora Conway, se enviará uma mensagem a todos os empregados federais de que não é necessário que cumpram as restrições da Lei Hatch. Suas ações corroem assim a base principal do nosso sistema democrático: o Estado de direito", ressaltou a SCO.

Longe de aceitar a culpabilidade da sua conselheira, nesta sexta-feira, em entrevista concedida à emissora Fox, Trump descartou sua demissão e disse acreditar que "estão tentando privá-la da liberdade de expressão", algo que classificou de "injusto".

Não é a primeira vez que Conway é repreendida pela SCO, que no ano passado já lhe acusou de ter violado esta lei que data de 1939 ao promover em entrevistas a candidatura ao Senado de Roy Moore, um ex-juiz acusado de abuso sexual de menores e que finalmente perdeu o pleito.

Conway, de 52 anos, foi a terceira e última chefe de campanha de Trump nas eleições de 2016 e, desde que chegou à Casa Branca em janeiro de 2017, esteve muito envolvida nos temas relacionados com a política partidária e a estratégia eleitoral. EFE