ACNUR pede medidas para conter onda de naufrágios de migrantes venezuelanos
Genebra, 18 jun (EFE).- O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) pediu nesta terça-feira que a Venezuela e governos vizinhos realizem esforços coordenados para auxiliar os venezuelanos que tentam emigrar para ilhas do Caribe e assim conter a onda de naufrágios na região, com mais de 80 mortos ou desaparecidos nos últimos dois meses.
"É vital que as pessoas possam ter acesso a territórios seguros de maneiras que não lhes obriguem a pôr em risco suas vidas", afirmou em entrevista coletiva o porta-voz do ACNUR, Babar Baloch.
Nesse sentido, o porta-voz pediu aos governos dessa região que se coordenem "para fazer frente à exploração, ao abuso e à violência que sofre o povo que emigra de forma irregular".
O organismo fez este apelo diante da proliferação de naufrágios de embarcações que buscam chegar a Trinidade e Tobago, Curaçao e outras ilhas do Caribe após sair da Venezuela, com pelo menos três acidentes nos quais o número de vítimas é contado em dezenas.
Nos dias 23 de abril e 16 de maio, 67 venezuelanos desapareceram em dois naufrágios de botes que tentavam chegar a Trinidade e Tobago, país caribenho mais próximo ao litoral da Venezuela.
No terceiro acidente, pelo menos 21 refugiados e migrantes desapareceram no naufrágio do bote que tentava levá-los à ilha holandesa de Curaçao, em frente ao estado venezuelano de Falcón, de onde tinha partido a embarcação.
"Estes incidentes mostram as medidas desesperadas que os venezuelanos chegam a tomar para chegar ao seu destino, pondo suas vidas nas mãos de contrabandistas", comentou em comunicado Marcelo Pisani, responsável pela Organização Internacional de Migração (OIM) na América do Norte, Central e Caribe.
Estes migrantes pagam grandes somas de dinheiro às quadrilhas que tentam levá-los a outros países do Caribe, sem garantias que vão chegar aos seus destinos, viajando em navios sobrecarregados, acrescentou o comunicado da OIM.
Não há números completos sobre quantos venezuelanos tentam emigrar do seu país através destes canais irregulares no Caribe, mas calcula-se que nessa região vivam 110.000 dos quatro milhões de cidadãos da Venezuela que deixaram seu país desde 2014 em consequência da crise política e econômica.
Os naufrágios de navios da Venezuela contribuíram para um forte aumento no número de migrantes mortos em todo o Caribe neste ano, 143 entre janeiro e junho, enquanto no mesmo período de 2018 foram 18. EFE
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.