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Três suspeitos de atentado a universidade no Quênia são declarados culpados

19/06/2019 14h54

Nairóbi, 19 jun (EFE).- Três dos quatro suspeitos do atentado cometido em 2015 pelo grupo jihadista Al Shabab na Universidade de Garissa no Quênia, que deixou 148 mortos, foram declarados culpados pela Justiça do país nesta quarta-feira.

O tanzaniano Rashid Charles Mberesero e os quenianos Hassan Edin e Mohammed Abdi (conhecido como Mohammed Ali Abikar) planejaram ativamente o ataque junto com os terroristas da Al Shabab, segundo concluiu o juiz relator do caso, Francis Andayi, do Superior Tribunal de Nairóbi.

Andayi ainda antecipou que as sentenças serão divulgadas em 3 de julho.

"O tribunal considera que os acusados conheciam o complô e que fizeram parte do grupo que efetuou o ataque, já que foram detidos (em 2015) enquanto viajavam de Garissa dois dias depois do mesmo", declarou Andayi, em declarações coletadas pela imprensa local.

Os três acusados foram declarados culpados por conspiração para cometer um ataque terrorista e filiação ao grupo Al Shabab.

Um quarto suspeito, o queniano Sahal Diriy, conhecido como Sahali Diriye Hussein, foi absolvido diante da ausência de provas circunstanciais.

Em 2 de abril de 2015, um comando terrorista tomou o controle do campus da Universidade de Garissa (leste do país), cidade próxima à Somália, durante 16 horas, diante da passividade das forças de segurança, que demoraram mais de 12 horas para chegar à região.

Pelo menos 148 pessoas foram assassinadas neste atentado, muitos deles estudantes, e outras 79 ficaram feridas.

O ataque em Garissa constitui o pior ocorrido no Quênia desde o atentado da rede Al Qaeda contra a embaixada dos Estados Unidos em Nairóbi em 1998, no qual morreram 213 pessoas.

Em 15 de janeiro, o Al Shabab atentou de novo no Quênia, ao abrir fogo e detonar vários veículos em um luxuoso complexo hoteleiro em Nairóbi, matando pelo menos 21 pessoas.

O grupo Al Shabab, filiado à Al Qaeda, controla parte do território do centro e do sul da Somália e combate há uma década a fim de instaurar um estado islâmico de caráter wahhabista. EFE