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Austrália recupera primeiro grupo de filhos de jihadistas mortos na Síria

23/06/2019 22h59

Sydney (Austrália), 24 jun (EFE).- O governo da Austrália recuperou em uma operação secreta oito filhos de dois combatentes mortos jihadistas de um campo de refugiados do norte da Síria, na primeira operação de evacuação de menores detidos na guerra contra o Estado Islâmico (EI) no Oriente Médio.

O grupo de evacuados inclui três filhos e dois netos do conhecido combatente jihadista australiano Khaled Sharrouf, que em 2014 divulgou imagens nas redes sociais de uma dessas crianças segurando uma cabeça decapitada.

Não se sabe para onde foram levadas as crianças, entre as quais estão a filha mais velha de Sharrouf e de sua esposa Tara Nettleton, Zaynab, de 18 anos, que teria sido resgatada com os seus dois filhos e poderia ter dado a luz a um terceiro.

"Não posso dizer (onde estão), mas acreditamos que estão no Iraque. Não sei os detalhes", disse nesta segunda-feira (data local) à emissora pública "ABC" o advogado Robert van Alost, que representa Karen Nettleton, avó dos filhos de Sharrouf.

Cab Alost acrescentou que espera que os órfãos se submetam a diversos exames antes de serem repatriados.

O grupo ainda tem os dois filhos de Sharrouf - Hoda, de 17 anos, e Humez, de oito - e os de outro combatente, Yassin Rizvic, e de sua esposa também morta, Fauzia Khamal Bacha, que se uniram ao EI em 2014.

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, confirmou na noite de domingo a evacuação do campo de Al Hawl, no norte da Síria, em uma operação secreta que durou meses.

"Repatriar estas crianças não foi uma decisão que o governo australiano tomou superficialmente. Como disse antes, meu governo jamais permitiria que nenhum australiano seja posto em perigo", disse Morrison, que classificou os pais que levam seus filhos para uma zona de combate como "desprezíveis". EFE