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Polícia mata suposto líder de tentativa de golpe no norte da Etiópia

24/06/2019 10h33

Adis Abeba, 24 jun (EFE).- A polícia da Etiópia matou nesta segunda-feira o general de brigada Asaminew Tsige, que supostamente foi o cérebro da tentativa de golpe de Estado cometida na noite de sábado na região de Amhara, no norte do país.

Segundo fontes policiais regionais, Tsige, que tinha fugido das autoridades no sábado, foi localizado perto da cidade de Gondar, onde foi baleado pelos agentes.

Durante o levante, morreram atingidos por disparos na capital regional Bahir Dar o governador de Amhara, Ambachew Mekonnen, e um dos seus assessores, durante um ataque ao seu escritório cometido por golpistas armados.

Em diferentes ataques na capital do país, Adis Abeba, aparentemente relacionados com o golpe, morreram também horas mais tarde o chefe do Estado-Maior do Exército, Seare Mekonnen, e um segundo tenente retirado, ambos assassinados por um guarda-costas na sua residência.

Seare Mekonnen dirigia da capital do país a operação militar para sufocar este levante, segundo a versão oficial do governo.

Asaminew Tsige, acusado pelo governo etíope de planejar o golpe, era chefe de segurança da região de Amhara, após ter saído da prisão graças a uma anistia em fevereiro de 2018.

Foi um dos vários militares detidos em 2009 por coordenar supostamente outro golpe de Estado para derrubar o então primeiro-ministro, Meles Zenawi, o que lhe valeu uma sentença de prisão perpétua.

"A situação na região de Amhara se encontra atualmente sob controle total do governo federal, em colaboração com o governo regional", informou na primeira hora do domingo o escritório do primeiro-ministro, Abiy Ahmed, em comunicado.

A Etiópia vive hoje um dia de luto nacional pelas vítimas do golpe, entre as que também pode estar o procurador-geral regional, Migbaru Kebede, gravemente ferido durante os distúrbios.

Tanto a ONU como a União Europeia pediram nesta segunda-feira moderação a todo o espectro político etíope e contenção diante de qualquer forma de violência, instando o país a continuar com suas reformas pacíficas e democráticas. EFE