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Resultado das eleições presidenciais mauritanas é rejeitado por 4 candidatos

24/06/2019 12h14

Nouakchott, 24 jun (EFE).- Quatro candidatos às eleições presidenciais do sábado passado na Mauritânia rejeitaram os resultados anunciados na noite de ontem pela Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) que deram a vitória no primeiro turno a Mohammed uld Ghazouani, com 52,01% dos votos.

Os quatro candidatos (ou seja, todos menos um dos perdedores) reivindicaram a divulgação do resultado dos votos detalhados por colégios para poder assim confrontar com as atas que dispõem seus interventores, segundo disseram em entrevista coletiva conjunta na madrugada passada em Nouakchott.

Cotejar os dados oficiais com essas atas "porá em evidência a falsificação" operada, segundo disse Mohammed uld Maouloud, que se expressava também em nome de outros três candidatos: Biram Dah Abeid, Sidi Mohammed uld Boubacar e Kane Hamidou Baba, que ficaram em segundo, terceiro e quarto na disputa, respectivamente.

O comunicado de ontem à noite da CENI significa que já não haverá segundo turno, uma vez que Ghazouani superou o patamar de 50% dos votos.

Por outra parte, e segundo revelou Maouloud na entrevista coletiva, os quatro candidatos perdedores foram convocados ontem à noite pelo ministro do Interior, Ahmedou Abdallah, que lhes pediu calma e um esforço para "acalmar as ruas" após as manifestações de protesto ocorridas espontaneamente em Nouakchott e Nouadhibou.

No entanto, os candidatos rejeitaram este pedido lembrando ao ministro que as razões da cólera popular estão na autoproclamação de Ghazouani como vencedor antes da comunicação do resultado oficial e sem que tivesse terminado a apuração, algo que segundo sua opinião equivale a uma vontade de manipular os resultados.

"Explicamos a eles que a rua está inquieta por esta manipulação dos seus votos e que a moderação deve vir primeiro das autoridades para tranquilizar os cidadãos sobre a transparência do processo", disse Maouloud, que chamou a atenção para o fato de que Ghazouani não foi convocado à reunião.

Os quatro candidatos anunciaram ainda, e assim comunicaram ao ministro, que convocaram uma manifestação para expressar sua rejeição "à manipulação das eleições". EFE