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Bolton afirma que Trump "está aberto a negociar com o Irã"

25/06/2019 06h03

Jerusalém, 25 jun (EFE).- O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, afirmou nesta terça-feira, em Jerusalém, que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mantém a porta aberta para negociações nucleares com o Irã, a quem Washington impôs novas sanções ontem.

Bolton afirmou hoje que, apesar de Trump ter decretado ontem novas sanções contra o Irã e seus líderes, "mantém a porta aberta para negociações reais" com Teerã sobre a questão nuclear, afirmou em uma atípica entrevista coletiva ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, e Meir Ben-Shabbat, chefe do Conselho de Segurança Nacional de Israel.

Essas novas negociações nucleares, devem "encerrar de forma verificável e completa o programa de armas nucleares iraniano, ao desenvolvimento de sistemas de lançamento de mísseis balísticos, seu apoio ao terrorismo internacional. Tudo o que o Irã tem a fazer é entrar por aquela porta", afirmou.

Bolton reconheceu que o Oriente Médio está "em um momento crítico", pois o "regime radical no Irã e seus parceiros terroristas realizam mais rodadas de provocações violentas fora, enquanto sua está em colapso e a corrupção se espalha nos níveis mais altos".

"O Irã é uma fonte de beligerância e agressividade, que apoia o terrorista Hezbollah no Líbano, ajuda ao regime de Al Assad na Síria, arma e equipa milícias xiitas no Iraque, arma os houthis no Iêmen, apoia atividades terroristas contra as forças americanas no Afeganistão e ameaça o fornecimento de petróleo mundial na região", denunciou.

Bolton condenou as "provocações do Irã, que incluem ataques e ameaças a ativos americanos no Oriente Médio", e são a manifestação externa da principal ameaça que representa Teerã: "a sua contínua tentativa de desenvolver armas nucleares", e lembrou que "em alguns dias, talvez até o final da semana, o Irã ameaça superar os principais limites impostos pelo acordo nuclear inadequado".

Nos próximos dias, Bolton tratará com os secretários russo e israelense sobre estas questões, além da Síria, "o conflito na Ucrânia, acordos de controle de armas e a crise na Venezuela", informou a embaixada americana em Israel.

O primeiro-ministro israelense falou de forma dura com o regime dos aiatolás, e reiterou que seu país "atuou centenas de vezes para impedir que o Irã se entrincheire militarmente na Síria" enquanto "chama ativamente" a destruição de seu país.

"Vamos continuar impedindo que o Irã utilize o território vizinho para nos atacar", reiterou Netanyahu.

Ele também pediu que deixem a Síria "todas as forças estrangeiras que entraram depois de 2011", algo que seria "bom para a Rússia, bom para os EUA, bom para Israel e bom para a Síria". EFE