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Coalizão árabe anuncia captura de líder do Estado Islâmico no Iêmen

25/06/2019 12h43

Riad, 25 jun (EFE).- A coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita anunciou nesta terça-feira a captura de Abu Sulayman al Adani, "emir" responsável pela filial do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) no Iêmen e considerado terrorista pelos Estados Unidos.

Em comunicado, o porta-voz da coalizão, Turki al Maliki, afirmou que a captura aconteceu no último dia 3 de junho e que na operação, que durou 10 minutos, foram presos também outros "terroristas" em um local que não foi identificado porque a investigação segue em curso.

Al Adani, que está na lista de terroristas elaborada pelos EUA e outros países do Golfo desde 2017, foi designado pelo líder do EI, Abu Bakr al Baghdadi, para ser o responsável pela filial do grupo no Iêmen, cargo que ocupa desde março de 2017, segundo Washington.

"Às 9h20 de domingo, 3 de junho, as forças navais sauditas com a cooperação das forças especiais iemenitas fizeram uma operação bem-sucedida que resultou na captura do líder da filial do Estado Islâmico no Iêmen, conhecido como Abu Usama al Muhajir, assim como outros elementos do grupo terrorista, incluindo o líder das finanças da filial do EI no Iêmen", afirma a nota.

Al Maliki explicou que na casa na qual foi detido havia também três mulheres e três crianças, que não foram feridas durante a operação, que também não afetou civis.

No entanto, o porta-voz não disse se os detidos sofreram ferimentos e tampouco especificou se a operação aconteceu no Iêmen.

Nesse sentido, disse que todos os detalhes da operação estarão disponíveis no futuro, sem detalhar uma data, e comentou que isto "é considerado um duro golpe" para o EI, "especialmente no Iêmen".

Há poucos dados disponíveis sobre a identidade da Al Adani, embora, segundo Washington, tenha nascido em 13 de janeiro de 1988 e tenha dupla nacionalidade iemenita e jordaniana.

A filial do EI no Iêmen se formou em novembro de 2014 e a posição de líder da organização foi ocupada então por Nassir al Harbi, conhecido como Abu Bilal al Harbi, até a chegada de Al Adani em 2017, que tinha servido antes como comandante militar no grupo extremista.

Em 25 de outubro de 2017, o Departamento do Tesouro americano listou Al Adani como "Terrorista Global Especialmente Designado" alegando que "atuava para ou em nome do EI no Iêmen", o que lhe acarretou sanções que também foram aplicadas posteriormente por Arábia Saudita, Bahrein, Kuwait, Omã, Catar e Emirados Árabes Unidos.

A filial do EI no Iêmen está ativa no sul e no sudeste do país, onde também opera o grupo Al Qaeda e, em algumas ocasiões, brigam entre eles pelo controle das áreas.

As duas organizações aproveitaram o vazio político e o caos no país expandir-se em um momento no qual o Iêmen é palco da pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU. EFE