Khamenei classifica proposta de negociações dos EUA como "decepção"
Teerã, 26 jun (EFE).- O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, classificou nesta quarta-feira como uma "decepção" a proposta de negociações apresentada pelos Estados Unidos e garantiu que seu país não dará passos para trás, em sua primeira reação depois que Washington anunciou sanções contra ele nesta segunda-feira.
"O inimigo, já que não conseguiu alcançar seus objetivos, propõe negociar e diz que a nação iraniana deve progredir. Sem sombra de dúvidas, esta nação vai progredir, mas sem os senhores e sob a condição que não se aproximem", disse Khamenei se dirigindo diretamente ao governo americano em discurso publicado em seu site oficial.
Khamenei, autoridade que acumula maior poder no Irã, indicou que o principal objetivo da proposta de negociação dos EUA é "desarmar a nação e eliminar os elementos da autoridade iraniana".
"Os americanos agora têm medo da autoridade da nação iraniana, têm medo de seguir adiante, razão pela qual, mediante negociações, querem tirar do Irã o fator de autoridade para poder fazer o que querem com a nação", destacou Khamenei.
O líder supremo iraniano indicou que se negociar com os EUA, no caso de aceitar o que dizem, o povo do Irã pagará um preço e, caso se recuse, continuarão com a atual propaganda e suas pressões.
Nesse sentido, acrescentou que os insultos e as falsas acusações lançadas pelos EUA não derrotarão o povo iraniano.
"O mais malvado dos governos do mundo, os EUA, que foi fator de guerra, de derramamento de sangue e de saque às nações ao longo da história, está acusando a grande nação valente e respeitável do Irã", criticou Khamenei.
O presidente dos EUA, Donald Trump, impôs nesta segunda-feira sanções a Khamenei, assim como ao seu escritório e a oito comandantes da Guarda Revolucionária, e nesta semana estas serão ampliadas ao chefe da diplomacia iraniana, Mohamad Yavad Zarif.
A medida foi adotada por Trump em resposta à destruição de um drone de vigilância dos EUA pelo Irã no golfo Pérsico no último dia 20.
O Irã alega que o drone entrou em seu espaço territorial, enquanto os EUA negam essa versão e asseguram que o aparelho sobrevoava águas internacionais. EFE
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