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Homem mata mulher, filhos e outros parentes em "crime de honra" no Paquistão

01/07/2019 12h26

Islamabad, 1 jul (EFE).- Um homem matou a esposa, os dois filhos e outros seis parentes no Paquistão, por suspeitar que estava sendo traído, em uma tragédia que as autoridades do país qualificaram como "crime de honra", de acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira pelo porta-voz da polícia da cidade de Multan, local dos fatos, Mohammed Fayyaz.

Mohammed Ajmal matou a tiros na noite de domingo sua mulher, Kiran Bibi, seus dois filhos, sua sogra, três cunhadas e dois sobrinhos, segundo detalhou o porta-voz.

O assassino, acompanhado pelo pai durante os fatos, ateou fogo na residência em que vivia com os corpos das vítimas dentro após cometer o massacre.

"A investigação inicial sugere que Ajmal viu fotos de sua mulher com outro homem", afirmou Fayyaz, ao citar a possível causa do crime.

Ajmal, que retornou de um trabalho na Arábia Saudita há um mês, confessou os assassinatos e foi detido junto com seu pai.

A fonte indicou que o massacre foi registrado como "um crime de honra", frequentes no sul da Ásia e que costumam envolver homens de família que vingam o que consideram uma afronta que transgrede a conservadora moral familiar das sociedades locais.

Segundo dados da ONG Comissão de Direitos Humanos do Paquistão (HRCP), entre 2004 e maio de 2018 foram registrados no país 17.628 crimes de honra, mas acredita-se que o número real possa ser muito mais alto devido à falta de denúncias e porque em muitos casos são cometidos por familiares próximos.

O governo paquistanês aprovou em 2016 uma lei que proíbe o perdão dos familiares das vítimas neste tipo de crimes, um vazio legal com o qual muitos homens ficavam livres após matar uma mulher, em geral irmã ou esposa.

No entanto, grupos de direitos humanos e ativistas advertem que a lei teve pouco causo impacto na hora de frear estes crimes. EFE