Australiano libertado pela Coreia do Norte rompe o silêncio e agradece apoio
Sydney (Austrália), 5 jul (EFE).- O estudante australiano Alek Sigley, libertado na quinta-feira pelas autoridades da Coreia do Norte onde permaneceu detido por mais de uma semana, rompeu hoje o silêncio em um comunicado para agradecer o apoio recebido, ao mesmo tempo onde afirmou pretender retornar à normalidade e disse que não falará mais com os veículos de imprensa.
"Eu quero que todos saibam que eu estou bem e agradeço a sua preocupação pelo meu bem-estar e apoio para a minha família nas últimas semanas. Estou muito feliz por estar com minha esposa, Yuka, e tendo falado com minha família em Perth (Austrália) para garantir que estou bem", expressou Sigley, em uma breve nota.
No texto, divulgado aos meios de comunicação por um porta-voz de Sigley, o australiano evitou dar detalhes da sua detenção e adiantou que não dará mais declarações no futuro.
Sigley que está atualmente em Tóquio com sua esposa Yuka Morinaga, agradeceu ao pessoal que participou de sua libertação e ressaltou que pretende "retomar sua vida normal".
O universitário foi libertado ontem graças à mediação da Suécia - em nome da Austrália - perante as autoridades norte-coreanas, depois que Sigley foi preso por causas e condições desconhecidas.
A família de Sigley denunciou seu desaparecimento no meio da semana passada quando não conseguiu se comunicar com ele através do aplicativo de mensagens "WhatsApp", o que impulsionou as gerências diplomáticas australianas e atraiu a atenção da imprensa.
O ministro do Interior da Austrália, Peter Dutton, recomendou hoje que Sigley evite retornar à Coreia do Norte, país onde o jovem de 29 anos estudava literatura e trabalhava como operador turístico.
"Meu conselho é muito claro, eu ficaria no Japão ou iria para a Coreia do Sul ou voltaria para a Austrália, todas essas são opções melhores do que voltar para a Coreia do Norte", afirmou Dutton.
Sigley seria a primeira detenção de um estrangeiro na Coreia do Norte da qual se tem conhecimento desde a detenção do estudante americano Otto Warmbier, condenado a 15 anos de trabalhos forçados por supostamente roubar um cartaz de propaganda quando visitava Pyongyang, em dezembro de 2015.
Um ano e meio depois, Warmbier foi devolvido em estado de coma aos Estados Unidos, onde faleceu seis dias depois, no dia 19 de junho de 2017. EFE
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