Ex-presidente peruano Alejandro Toledo é preso nos Estados Unidos
Lima, 16 jul (EFE).- O ex-presidente peruano Alejandro Toledo foi preso nesta terça-feira nos Estados Unidos após um pedido de extradição feito pelo governo do Peru, que quer processá-lo no país por envolvimento no escândalo de corrupção da construtora brasileira Odebrecht.
"Fomos informados que o ex-presidente se encontra na primeira audiência diante das autoridades judiciais norte-americanas, como parte do processo orientado a conseguir seu retorno ao país", informou o Ministério Público do Peru em mensagem divulgada no Twitter.
A informação sobre a prisão de Toledo foi recebida pela Unidade de Cooperação Judicial Internacional do Ministério Público do Peru, que não deu mais detalhes sobre o caso.
O Peru pediu a extradição do ex-presidente, que governou o país entre 2001 e 2006, em maio de 2018. A solicitação foi feita pouco depois de diretores da Odebrecht terem confessado que pagaram US$ 20 milhões a Toledo para obter benefícios em licitações de obras públicas.
Em fevereiro, o Ministério Público do Peru anunciou que havia firmado um acordo de delação premiada com o empresário peruano-israelense Josef Maiman, que admitiu ter ajudado Toledo a receber as propinas distribuídas pela construtora e a lavar o dinheiro em paraísos fiscais.
O promotor José Domingo Pérez já enviou a delação à Justiça peruana. Maiman ainda disse ao Ministério Público que a Odebrecht, na verdade, depositou em contas que pertenciam a ele cerca de US$ 35 milhões em propinas para Toledo.
O ex-presidente nega ter qualquer vínculo com a corrupção da construtora. Toledo alega que as acusações são um ataque de seus inimigos e que é vítima de perseguição política.
Após a notícia da prisão, Heriberto Benítez, um dos advogados do ex-presidente, disse à emissora "Canal N" que conversou com Toledo sobre os aspectos legais do processo de extradição e repassou a ele novos detalhes sobre os depoimentos aos promotores.
Benítez reiterou que Toledo é vítima de perseguição política e disse que Maiman mudou a versão inicial apresentada ao Ministério Público depois de negociar um acordo com os promotores que investigam a Lava Jato no Peru.
"Toda a pasta criada para solicitar a extradição é composta de documentos que mostram que houve perseguição política", disse Benítez.
"A perseguição contra Toledo está comprovada e será avaliada no momento certo pela Justiça dos Estados Unidos", completou o advogado, que acusou o governo peruano de interferir no processo.
O presidente do Peru, Martín Vizcarra, disse em março que o escritório de advogados que conseguiu a extradição do ex-presidente do Panamá Ricardo Martinelli dos Estados Unidos havia sido contratado para trabalhar em um pedido similar contra Toledo.
Toledo é investigado desde que Jorge Barata, ex-diretor da Odebrecht no Peru, revelou ter pagado propinas ao ex-presidente para que a construtora vencesse as licitações da construção de dois trechos da Rodovia Interoceânica.
Barata disse aos promotores que o dinheiro foi depositado aos poucos, entre 2004 e 2010, nas contas de Maiman, usado como laranja pelo ex-presidente. Segundo o empresário, o dinheiro era posteriormente repassado à Ecoteva, uma companhia que tem a sogra de Toledo, Eva Fernenbug, como sócia. EFE
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