Jordânia voltará a ter embaixador no Catar 2 anos depois do bloqueio
Amã, 16 jul (EFE).- A Jordânia aprovou o restabelecimento das relações diplomáticas com o Catar e designou um novo embaixador em Doha, dois anos depois do bloqueio de outros quatro países árabes aliados.
Segundo o Diário Oficial da Jordânia publicado nesta terça-feira, o rei Abdullah II nomeou o vice-ministro das Relações Exteriores Zaid al Lawzi como novo embaixador jordaniano na capital catariana.
Além disso, a Jordânia aceitou a designação como embaixador em Amã do candidato proposto pelo Catar, Saud bin Nasser Al Zani.
O governo jordaniano decidiu em junho de 2017 retirar seu embaixador em Doha e diminuir o nível das suas relações com o Catar após Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito decidirem romper totalmente as relações com o Catar.
Os países árabes acusaram o Catar de apoiar o "terrorismo" e impuseram uma série de medidas, que ainda estão mantidas, como o bloqueio físico ao transporte e às comunicações e o congelamento das relações econômicas e financeiras.
A Jordânia não foi tão longe, mas seus estreitos laços com as monarquias da península arábica e com o Egito a levaram a retirar seu embaixador.
Apesar disso, Jordânia e Catar mantiveram as relações e a atividade bilateral, incluindo as visitas de representantes de ambos os países.
Inclusive, o governo do Catar aprovou um pacote de ajuda econômica à Jordânia que incluía um crédito de US$ 500 milhões, assim como a aprovação de 10 mil licenças de trabalho para jordanianos no emirado.
A medida foi aprovada antes que Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kuwait aprovassem um crédito de US$ 2,5 bilhões para a Jordânia, cuja economia atravessa uma crise da qual não consegue sair.
Os países árabes, liderados pela Arábia Saudita, estabeleceram o bloqueio contra o Catar em 5 de junho de 2017, exigindo que Doha deixasse de apoiar grupos terroristas e os islamitas da Irmandade Muçulmana, que na Jordânia são um grupo legal e com representação parlamentar.
Além disso, exigiram a expulsão de uma série de pessoas consideradas como "hostis" pelos países do golfo Pérsico e o fim das "provocações" midiáticas da popular emissora de televisão "Al Jazeera", cuja sede central fica em Doha.
O Catar rejeitou todas estas acusações e não cedeu às exigências dos seus vizinhos, apesar da mediação internacional. EFE
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