Duque afirma que ELN recruta menores na Venezuela com anuência de Maduro
Bogotá, 17 jul (EFE).- O presidente da Colômbia, Iván Duque, afirmou que a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) recruta na Venezuela menores de idade com a anuência de Nicolás Maduro, que, além disso, protege os dissidentes das FARC.
"Em território venezuelano, Nicolás Maduro, o ditador da Venezuela, está protegendo (o ELN). Está dando dinheiro e está patrocinando o recrutamento de crianças para exercer mineração ilegal em lugares do território venezuelano", disse Duque em entrevista à Agência Efe.
O presidente colombiano acrescentou que, além disso, "os líderes do ELN estão na Venezuela protegidos por Nicolás Maduro".
O governo anterior da Colômbia e o ELN iniciaram em fevereiro de 2017 em Quito uma negociação de paz que em maio do ano seguinte foi transferida a Havana, onde a última rodada de diálogos terminou três meses depois sem nenhum acordo.
Isso coincidiu com a chegada de Duque à presidência, em 7 de agosto de 2018, dia em que anunciou que seu governo avaliaria a continuidade desses diálogos e os suspendeu até que o ELN parasse de realizar sequestros e demais atividades criminosas.
"Eu fui claro com o ELN. O ELN não pode continuar realizando atividades criminosas e fingir que vai falar sobre paz com este governo", reiterou o presidente na entrevista à Efe.
A negociação, que já estava estagnada, ficou em ponto morto após o atentado do ELN com um carro-bomba contra a Escola de Cadetes da Polícia em Bogotá que em 17 de janeiro deste ano deixou 22 mortos.
Segundo Duque, o apoio que o regime de Maduro dá ao ELN tem se estendido também à dissidências das FARC, "porque todos terminam sendo a mesma coisa".
"Essa ditadura da Venezuela está protegendo não somente os líderes do ELN, mas também esses líderes dissidentes das FARC", disse.
Duque acrescentou que não é um segredo que estão na Venezuela os chefes das FARC que deram as costas ao processo de paz e cujo paradeiro é desconhecido há meses, como Luciano Marín, conhecido como "Iván Márquez", que foi chefe negociador da guerrilha nos diálogos de paz.
Para Duque, a situação de violência na Colômbia não poderá ser resolvida enquanto persistir o apoio da Venezuela aos grupos armados ilegais.
"Eles abrigaram as FARC e também o ELN e os apoiaram. Hoje estão fazendo isso com a dissidência e com o ELN", disse. EFE
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