África do Sul comemora 101 anos do nascimento de Nelson Mandela
Johanesburgo, 18 jul (EFE).- A África do Sul comemora nesta quinta-feira com pequenas obras e projetos solidários distribuídos por todo o país, o dia em que o ex-presidente Nelson Mandela completaria seu 101° aniversário.
Como em todo 18 de julho, milhares de sul-africanos dedicam simbolicamente 6 minutos e 7 segundos de silêncio, que simbolizam os 67 anos de ativismo e da ação política do ícone da luta contra o "apartheid" e pai da democracia sul-africana, preso durante 27 anos pelo regime racista da minoria branca.
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Neste ano, precisamente, se completa uma década desde que a ONU declarou 18 de julho como o Dia Internacional de Nelson Mandela, em reconhecimento ao sacrifício pela libertação dos africanos e seu serviço aos direitos humanos e à democracia.
"As chamadas de Nelson Mandela à coesão social e a acabar com o racismo são especialmente relevantes hoje, com o discurso de ódio se estendendo ao redor do mundo", afirmou hoje o secretário-geral da ONU, António Guterres, segundo divulgou a organização nas redes sociais.
A data é um pedido global à ação para transformar o mundo em um lugar mais justo, algo que na África do Sul é observado com especial dedicação.
Cidadãos anônimos de todo o país participam doando alimentos e cobertores, recolhendo lixo, visitando idosos e ajudando a reparar escolas e a construir casas sociais, entre outros exemplos.
Mas também fornecem anualmente doações à causa de instituições e empresas, organizações civis, membros do Governo e líderes opositores.
A contribuição para este Dia de Mandela do presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, chegou em forma de uma entrevista especial concedida à "Rádio Juvenil Rx", a emissora do Hospital de Crianças da Cruz Vermelha da Cidade do Cabo.
"Nelson Mandela não só foi um pai para seus filhos, mas também um pai para gente como eu e para todas as crianças do nosso país. Mas ele vai além disso. Ele é visto como um pai global para as crianças do mundo", disse o presidente, sentado ao microfone com quatro jovens pacientes do hospital.
"A minha relação com ele foi a de aprender dele e seguir seus passos. Aprendi a ter integridade, a ter coragem, compromisso, compaixão e a estar disposto a servir as pessoas do nosso país como ele fez", continuou Ramaphosa.
Este aniversário de Mandela é o primeiro depois que a África do Sul e o mundo comemoraram em 2018 o centenário do Nobel da Paz.
A data serviu para lembrar globalmente seu legado, com porta-vozes que foram desde o ex-presidente americano Barack Obama à cantora Beyoncé, passando pela escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie.
Nelson Mandela foi o primeiro presidente negro da África do Sul (1994-1999) e morreu em 5 de dezembro de 2013 aos 95 anos. EFE