Abe não consegue votos suficientes para reforma constitucional no Japão
Tóquio, 22 jul (EFE).- A coalizão do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, ganhou as eleições legislativas parciais de domingo, mas não conseguiu o número de cadeiras suficientes para impulsionar a reforma constitucional que estava promovendo, segundo os dados da apuração divulgada nesta segunda-feira (data local).
Os japoneses votaram no domingo para escolher a metade da câmara alta (senadores) da Dieta (Parlamento), com um mandato de seis anos e com funções menos importantes que a câmara baixa (deputados), da qual sai o primeiro-ministro.
Das 124 cadeiras que estavam em jogo, o Partido Liberal Democrático de Abe e de seu aliado político, o grupo budista Komeito, conseguiram um total de 71, o que dá a essa coalizão a maioria na câmara alta (141 das 245 do total), segundo os dados oficiais quase totais divulgados.
Mas, levando em conta as cadeiras que não foram renovadas, independentes e de outros partidos políticos que apoiaram a reforma constitucional, Abe reúne 160 cadeiras, quatro a menos das que precisa para fazer a emenda.
O objetivo de Abe é emendar a Constituição, aprovada depois da Segunda Guerra Mundial, para mudar seu caráter pacifista e com o objetivo de que suas forças militares, agora Forças de Autodefesa, tenham um papel mais ativo.
Essa emenda tem que ser aprovada pelas duas câmaras e submetida a referendo. Embora na câmara baixa Abe e seus aliados têm os dois terços dos votos, na alta isso não acontece após as eleições deste domingo.
"A eleição para a câmara alta não era para ganhar os dois terços das cadeiras, era para manter a estabilidade", declarou Abe em um programa de televisão enquanto estavam sendo conhecidos os resultados parciais do pleito.
"Conseguimos esse objetivo. Agora tentaremos conseguir o apoio dos dois terços (...) nas discussões que acontecem na comissão constitucional", acrescentou o premiê. EFE
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