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Autoridades palestinas tacham demolições na Cisjordânia de "limpeza étnica"

22/07/2019 09h52

Jerusalém, 22 jul (EFE).- Após o início das demolições por parte de Israel de dezenas de residências no bairro de Wadi al-Humus, localizado na Área A, que o Acordo de Oslo de 1993 determinou que seria de responsabilidade das autoridades palestinas, as mesmas qualificaram esses fatos como "crime de guerra", "limpeza étnica" e "massacre israelense".

"Israel está expulsando centenas de palestinos de suas casas em Jerusalém para expandir o regime colonial de assentamentos ilegais", denunciou hoje Hanan Ashrawi, membro do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

A área, que pertencia a Jerusalém Oriental, não foi anexada por Israel como o resto da cidade em 1967 e é controlada pela Autoridade Nacional Palestina (ANP) como Área A do território ocupado da Cisjordânia.

Segundo o Supremo Tribunal israelense, as casas são perigosas porque estão localizadas próximas à cerca de separação construída por Israel e autorizou a sua demolição.

Ashrawi, que pediu ao Tribunal Penal Internacional (TPI) uma investigação dos fatos, acrescentou que "é um crime de guerra e uma limpeza étnica que deve ser enfrentada com uma condenação internacional inequívoca e ações imediatas para a responsabilidade criminal".

Por sua vez, o primeiro-ministro palestino, Mohammed Shtayeh, disse hoje em reunião do Conselho de Ministros que a demolição viola a lei internacional e humanitária e ressaltou a gravidade de que as casas demolidas estão em áreas sob controle da Autoridade Nacional Palestina (ANP), segundo informou a agência oficial de notícias palestinas "Wafa".

Já o escritório do presidente palestino, Mahmoud Abbas, qualificou o incidente como um "massacre israelense" e parte da implementação do chamado "Acordo do Século" por parte do governo americano, que "procura liquidar a questão palestina".

Do lado israelense, o ministro de Assuntos Estratégicos, Gilad Erdan, enfatizou que as demolições foram aprovadas pela Suprema Corte de Justiça, que considerou que a construção dessas casas constitui uma "severa ameaça de segurança" e pode facilitar a ação "de terroristas".

A Corte também confirmou que os responsáveis pelas construção "sabiam que construir neste local (em um perímetro de 250 metros) era proibido" por uma lei de 2011.

A Justiça israelense aprovou a demolição de um total de 18 edifícios, alguns acabados e outros em construção. EFE